O governo federal lançou nesta semana o programa Alimento no Prato, uma iniciativa que retoma a essência do histórico Fome Zero, mas agora com foco ampliado na segurança alimentar, sustentabilidade e fortalecimento da produção local. Oficializado pela Portaria MDA nº 29, de 7 de julho de 2025, o programa busca garantir comida de verdade na mesa das famílias em situação de vulnerabilidade em todo o Brasil, apostando em uma rede de abastecimento que inclui agricultores familiares, feiras populares, entregas comunitárias e o uso de espaços públicos para comercialização direta.
Diferente de ações pontuais de distribuição de cestas, o Alimento no Prato propõe uma estrutura permanente de abastecimento, priorizando alimentos saudáveis, frescos e produzidos localmente. A base do programa está em fomentar a agricultura familiar e fortalecer os elos entre quem produz e quem consome — especialmente nas comunidades mais afetadas pela insegurança alimentar. Inspirado no legado de políticas públicas como o Bolsa Família e o Programa de Aquisição de Alimentos, criados no âmbito do Fome Zero em 2003, o novo projeto amplia a visão para além do combate à fome, buscando também promover soberania alimentar, inclusão produtiva e enfrentamento às mudanças climáticas.
Com coordenação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Alimento no Prato terá como prioridade atender povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária e famílias em situação de fome. A proposta prevê a criação e o fortalecimento de feiras agroecológicas, sacolões populares, entrega de cestas por aplicativos e o uso de imóveis públicos como pontos de abastecimento. A valorização de alimentos da sociobiodiversidade, o protagonismo de mulheres, jovens e territórios periféricos urbanos também estão no centro da política.
Além de garantir o direito à alimentação adequada, o programa quer estimular economias locais e gerar renda para pequenos produtores. Os dados e metas do Alimento no Prato serão disponibilizados de forma aberta, para permitir o monitoramento público e garantir a transparência dos resultados.
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