Lula sedia cúpula do Brics com presença limitada de líderes internacionais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu início neste domingo (6) à 16ª Cúpula de Líderes do Brics, no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro. Embora o evento marque mais uma vez o protagonismo do Brasil no grupo de economias emergentes, a edição de 2025 ficou marcada pelas ausências de lideranças centrais do bloco, com apenas cinco dos onze chefes de Estado confirmando presença presencial.

Entre as ausências mais notadas está a do presidente da China, Xi Jinping, que foi representado pelo primeiro-ministro Li Qiang. Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, participou por videoconferência, evitando uma viagem ao Brasil devido ao mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Para evitar constrangimentos diplomáticos, o Kremlin optou por enviar o chanceler Sergey Lavrov como representante no local.

Entre os países fundadores do Brics, somente os líderes de Índia, África do Sul e Brasil estiveram presentes. A nova configuração do grupo, que no ano passado incorporou seis novos membros, também não garantiu uma participação integral. Etiópia e Indonésia foram as únicas nações recém-admitidas que enviaram seus chefes de Estado. Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Egito foram representados por outras autoridades, sendo que o Irã não participou por conta do atual conflito com Israel.

Além dos membros do Brics, outros 17 países foram convidados pelo governo brasileiro, com oito chefes de Estado confirmando presença. Entre eles, os presidentes da Bolívia, Cuba, Chile, Uruguai e representantes da União Africana. Também estão presentes no evento o secretário-geral da ONU, António Guterres, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, e a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff.

A agenda do encontro contempla temas estratégicos para os países em desenvolvimento. Entre os principais pontos estão o financiamento da transição climática, a defesa do uso de moedas locais no comércio internacional em substituição ao dólar, a aplicação da inteligência artificial para o desenvolvimento socioeconômico e o fortalecimento do acesso a medicamentos e vacinas. O governo brasileiro também destacou como prioridade a busca por soluções pacíficas para conflitos internacionais e a eliminação das chamadas doenças socialmente determinadas e doenças tropicais negligenciadas.

Esta é a terceira vez que o Brasil sedia uma cúpula do Brics.