O preço da cesta básica teve queda em Belo Horizonte no mês de maio, acompanhando a tendência de recuo registrada em outras 14 capitais brasileiras. Segundo levantamento divulgado nesta sexta-feira (6) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a capital mineira apresentou a segunda maior redução percentual entre as cidades pesquisadas, com recuo de 2,50%, ficando atrás apenas do Recife, onde a queda foi de 2,56%.
Entre as 17 capitais analisadas, apenas duas apresentaram alta nos preços: Florianópolis (0,09%) e Belém (0,02%). São Paulo continua liderando a lista com a cesta mais cara do país, custando R$ 896,15. Em seguida, aparecem Florianópolis (R$ 858,93), Rio de Janeiro (R$ 847,99) e Porto Alegre (R$ 819,05). Os menores valores foram verificados em Aracaju (R$ 579,54) e Salvador (R$ 628,97), evidenciando a diferença de composição da cesta nas regiões Norte e Nordeste, que contam com produtos mais acessíveis.
Mesmo com o alívio em maio, o comparativo com o mesmo mês de 2024 mostra que o preço da cesta básica aumentou em 16 das 17 capitais, com exceção de Aracaju. A maior variação anual foi registrada em Vitória, com alta de 8,43%. Já no acumulado do ano, de janeiro a maio, todas as capitais apresentaram aumento, sendo Belém a campeã com 9,09%.
Os dados mostram ainda que o valor do salário mínimo necessário para cobrir os custos de alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, transporte e outros itens essenciais de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.528,56 — quase cinco vezes mais que o salário mínimo atual, fixado em R$ 1.518.
No recorte por produto, o arroz agulhinha e o tomate foram os alimentos que mais puxaram a queda da cesta básica em maio. O preço do arroz caiu em todas as capitais, com destaque para Vitória (-12,91%) e Belo Horizonte (-1,80%). O tomate teve redução em todas as 17 cidades, com queda expressiva de 20,85% também na capital mineira, que liderou esse recuo. Já a carne de primeira apresentou aumento em 14 capitais, embora tenha caído em São Paulo, Fortaleza e Porto Alegre. O café em pó, por sua vez, encareceu em quase todo o país — em São Paulo, o quilo subiu 8,49%, enquanto em Vitória, no acumulado de 12 meses, a alta chegou a 127,89%.
A queda no custo da cesta básica em Belo Horizonte representa um respiro para o orçamento das famílias, embora o cenário geral ainda aponte para aumentos importantes ao longo do ano, principalmente em produtos essenciais como carne e café. O Dieese continuará monitorando mensalmente a evolução dos preços e o impacto no poder de compra do trabalhador brasileiro.
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