Mais de US$ 360 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 1,9 trilhão, na cotação atual. Esse é o tamanho estimado do mercado imobiliário residencial do Reino Unido, segundo relatório da consultoria Mordor Intelligence. Em 2029, a expectativa é que a cifra supere os US$ 476 bilhões (R$ 2,5 trilhões).
O tamanho desse setor faz com que ele seja atrativo para investidores de outros países, incluindo até mesmo brasileiros. Quem explica é Lohan Munhoz, CEO da LA Group, empresa especializada na aquisição de propriedades, gerenciamento e investimento estratégico.
Munhoz destaca especificamente o potencial da Inglaterra, o maior e mais populoso país do Reino Unido. Ele considera que o mercado imobiliário inglês está entre os três melhores do mundo, juntamente com o de Dubai (nos Emirados Árabes Unidos) e dos Estados Unidos.
Facilidades para financiamento, alta demanda de aluguel e o enorme fluxo de turistas, intercambistas, estudantes e profissionais estrangeiros são descritos por Munhoz como fatores favoráveis.
“O investimento na Inglaterra é para quem procura proteção patrimonial, já que a libra gira em torno de R$ 7. Investir em imóveis pode trazer estabilidade financeira com um alto retorno sobre o investimento”, explica Munhoz, paranaense que se especializou no mercado inglês, assessorando brasileiros a investirem no setor.
Em 2023, 45% dos imóveis do Prime Central London (onde estão as áreas mais prestigiadas e valorizadas de Londres) foram adquiridos por compradores internacionais, de acordo com a empresa Hamptons, especializada no segmento.
O dado mostra a força da capital inglesa, que tem uma grande vocação turística e apelo para aluguel de curta duração por parte de visitantes que usam sites e aplicativos do nicho, diz Munhoz. Ele, no entanto, afirma que uma outra cidade vem ganhando espaço no mercado: Liverpool, localizada a cerca de 342 quilômetros de Londres.
“Liverpool, hoje, é a cidade que mais cresce no Reino Unido e uma das cinco com maior crescimento na Europa. O mercado imobiliário aqui cresceu desde a pandemia de Covid-19 em 2020”, explica.
Ele acrescenta que uma casa padrão em Liverpool pode ter um retorno sobre o investimento (ROI) de 7% a 10% ao ano. Já aluguel de quartos, blocos de apartamentos e imóveis para usuários de aplicativos e sites especializados podem render de 10% a 18% ao ano, “o que são excelentes retornos para investimento imobiliário”, pontua.
Opções de investimento
Além dos aluguéis convencionais para famílias e estudantes, Munhoz diz que investidores podem fazer também contratos no qual propriedades são compradas e alugadas diretamente ao governo. Este disponibiliza o imóvel para famílias em situação de vulnerabilidade e assume os pagamentos.
“Outra maneira muito interessante se chama flipping: comprar, reformar e revender. Acabamos de comprar um pub abandonado onde fizemos sete apartamentos na frente e duas casas no fundo. O projeto levou 12 meses e nos deu um lucro líquido de 350 mil libras [R$ 2,5 milhões], na cotação atual”, exemplifica.
Ainda existe também a possibilidade de fazer construções do zero, chamadas de ground developments. De acordo com o especialista, é uma opção mais demorada do que o flipping, levando entre 15 e 18 meses para reaver o investimento, mas também se mostra lucrativa. “Uma média de 25 mil a 35 mil libras [de R$ 181 mil a R$ 254 mil] de lucro por apartamento e de 35 mil a 55 mil libras [de R$ 254 mil a R$ 400 mil] por casa”, diz Munhoz
Expansão para Omã
Além de atuar na Inglaterra, a LA Group também iniciou sua expansão para Omã, no Oriente Médio. “Fechamos contrato com o governo para construção de cinco mil novas casas nos próximos dez anos. O país está crescendo muito e a LA Group, em parceria com a família real de Omã, irá trabalhar para desenvolver o mercado imobiliário local”, esclarece Munhoz.
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