Influenciador Felca relata ameaças após vídeo-denúncia de exploração infantil

O influenciador digital Felca, 27, comentou nesta sexta-feira sobre as ameaças que passou a receber após publicar o vídeo-denúncia "Adultização", no qual denunciou a exploração de menores em conteúdos de internet. A produção, que já ultrapassa 36 milhões de visualizações, trouxe à tona a presença de público adulto em vídeos aparentemente inocentes, nos quais crianças eram sexualizadas de forma proposital.

Durante entrevista ao programa Altas Horas, Felca afirmou que as críticas e tentativas de difamação eram esperadas. “Algumas ameaças, sim, algumas críticas, movimentos de difamação. Eu e meus amigos sabíamos que era grande, tudo era esperado. Quem deve ter medo são os pedófilos, não quem denuncia”, disse. O youtuber explicou que percebeu crianças sendo adultizadas para atrair público e monetização, e que a indignação pessoal motivou a criação do vídeo.

Felca também destacou o alcance de sua denúncia: recebeu registros de pessoas assistindo ao conteúdo em transportes públicos e observou crescimento significativo nas redes sociais, passando de 8,8 milhões para 15,5 milhões de seguidores em cinco dias. Segundo ele, a intenção não era autopromoção, mas chamar atenção para a causa.

O vídeo denunciou o influenciador Hytalo Santos, preso recentemente em Carapicuíba, na Grande São Paulo, junto do marido Israel, por suspeita de tráfico humano e exploração sexual infantil. As autoridades apontam que Hytalo expunha adolescentes a conteúdos de cunho sexual e questionava os menores sobre experiências íntimas, práticas que resultaram em mandados de prisão preventiva. A defesa do influenciador classificou a medida como “extrema” e afirmou que tomará providências legais.

O Ministério Público reforçou que o vazamento de informações sigilosas prejudica as investigações. Hytalo teve suas contas suspensas nas redes sociais e está proibido de manter contato com menores de 18 anos, em cumprimento a decisão judicial. Felca comemorou o engajamento público, mas reforçou a importância de manter o foco na proteção das crianças e na responsabilização de quem explora menores em conteúdos digitais.