Uma operação de grande escala fiscalizou esta semana mais de 100 postos de combustíveis em 27 municípios de Minas Gerais, diante de fortes indícios de fraudes fiscais e manipulações nas bombas de abastecimento. A ação, realizada pela Receita Estadual em conjunto com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-MG), revelou a existência de estruturas empresariais complexas e articuladas para burlar o Fisco e enganar o consumidor.
Segundo as autoridades, os estabelecimentos vistoriados integram um esquema estruturado de sonegação fiscal. Muitas empresas envolvidas revezavam-se entre diferentes identidades jurídicas, numa prática recorrente para dificultar o rastreamento das operações e ocultar receitas. Ao todo, 120 postos foram fiscalizados entre terça (29) e quarta-feira (30), sendo que diversos apresentaram irregularidades graves.
Em Divinópolis, quatro postos foram alvos diretos da operação. Um deles teve a Inscrição Estadual suspensa por funcionar sem autorização da ANP. Outro chamou a atenção por utilizar máquinas de cartão sem qualquer vínculo com o CNPJ da empresa, um indicativo clássico de ocultação de receitas e aquisição de combustíveis sem notas fiscais. As transações, segundo a Receita, estavam organizadas para evitar o rastreamento e dificultar o controle tributário.
Além dos problemas fiscais, a operação também revelou irregularidades que afetam diretamente o consumidor. De acordo com o auditor fiscal Marcelo Ravizzini, o Ipem-MG lacrou bicos de abastecimento após testes confirmarem que as bombas entregavam menos combustível do que o registrado no visor. “Isso não é apenas uma infração tributária. É uma afronta ao consumidor, que paga por um volume que não recebe”, destacou o auditor.
Minas Gerais conta atualmente com 5.569 postos de combustíveis ativos, e a operação alcançou mais de 2% deles em apenas um dia. A mobilização das instituições de fiscalização demonstra a gravidade das suspeitas e a necessidade urgente de conter práticas fraudulentas que prejudicam tanto os cofres públicos quanto a população. A Receita Estadual afirmou que novas fases da operação estão sendo planejadas e que os processos administrativos e penais contra os responsáveis já estão em curso.
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