O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, está se preparando para dar um salto em seu modelo de negócios. A BH Airport, concessionária que administra o terminal desde 2014, anunciou planos ambiciosos para transformar o local em um "aeroporto-cidade", conceito que alia infraestrutura aeroportuária a um forte ecossistema de atividades comerciais, especialmente no entorno da área operacional. A expectativa é captar R$ 1,8 bilhão em investimentos e viabilizar, ainda neste ano, a implantação da primeira área destinada à construção de galpões logísticos.
Segundo o CEO do BH Airport, Daniel Miranda, o projeto deve começar com a disponibilização de aproximadamente 200 mil metros quadrados, parte de uma área total de 1 milhão de metros quadrados reservada para o empreendimento. O modelo de aeroporto-cidade visa atrair empresas que tenham sinergia com as operações do terminal, sobretudo na logística de carga, setor que a concessionária tem priorizado nos últimos anos. Miranda afirma que um termo de referência será publicado em breve para buscar parceiros interessados na exploração da área.
Desde o início da concessão, o terminal de Confins já conta com um hub logístico multimodal de cerca de 12 mil metros quadrados, que integra os modais aéreo, rodoviário e marítimo. Agora, a ideia é expandir esse modelo, fortalecendo a infraestrutura logística e aumentando a atratividade do aeroporto como ponto estratégico para o comércio internacional. Entre os diferenciais estão uma área alfandegada, um armazém para cargas perigosas, câmaras frias com temperaturas controladas entre -18°C e 22°C e 11 posições para aeronaves cargueiras.
De acordo com Geovane Medina, gestor comercial do BH Airport, o terminal já recebe cargas vindas de países como Estados Unidos, China, Alemanha, Itália, Holanda e França, com forte demanda dos setores de medicamentos, mineração e indústria automotiva. Em 2024, o aeroporto registrou mais de 30 mil operações de importação de carga, um aumento de 8% em relação ao ano anterior. Como estratégia para ampliar ainda mais essa frente, a concessionária criou uma rota terrestre entre Confins e o aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, transportando cargas que chegam por voos internacionais e nacionalizando-as em Minas, onde os custos alfandegários são mais competitivos.
Essa combinação de incentivos, tarifas diferenciadas e estrutura especializada tem atraído importadores mineiros e é vista pela concessionária como o ponto de partida para uma nova fase de desenvolvimento do terminal. “O hub logístico é um quebra-cabeça. E o que vier para o entorno ajuda a completar essa peça. Quanto mais empresas operando aqui perto, mais sinergia conseguimos criar com as operações do aeroporto”, afirma Medina. O projeto de transformar Confins em um aeroporto-cidade também pode impulsionar o turismo de negócios e consolidar Minas Gerais como um centro logístico de referência no país.
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