
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil apresentou variação positiva de 0,1% no terceiro trimestre de 2025, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (4). O resultado mostra estabilidade no nível de atividade econômica do país e confirma a perda de fôlego registrada ao longo do ano. Em valores correntes, o total movimentado chegou a R$ 3,2 trilhões.
A expansão foi mais fraca do que a registrada entre abril e junho, quando o crescimento havia sido de 0,3%. Também ficou ligeiramente abaixo das projeções de analistas, que esperavam alta de 0,2%. Na comparação com o mesmo período de 2024, o PIB avançou 1,8%.
Entre os setores produtivos, a Agropecuária registrou elevação de 0,4%, enquanto a Indústria apresentou crescimento de 0,8% na comparação trimestral. O setor de Serviços, responsável pela maior parte da economia brasileira, mostrou estabilidade, com variação de 0,1%, refletindo menor dinamismo em atividades financeiras e de seguros. O consumo das famílias também repetiu o avanço tímido de 0,1%.
O custo elevado do crédito, influenciado pela taxa Selic de 15% ao ano, segue como um dos principais fatores de contenção da demanda interna. Ainda assim, o mercado de trabalho aquecido contribuiu para evitar uma retração maior no consumo. “O impacto dos juros é evidente, mas a massa salarial elevada ameniza os efeitos negativos”, explicou a analista do IBGE, Claudia Esterminio.
No setor público, o consumo do governo subiu 1,3%, revertendo o desempenho mais fraco observado no trimestre anterior. Os investimentos também reagiram e cresceram 0,9% após terem recuado 2,2% no período anterior.
No comércio exterior, as exportações tiveram aumento de 3,3%, impulsionadas por setores específicos, como o extrativo mineral, além da maior demanda da China por soja e carne. As importações registraram leve alta de 0,3%.
O IBGE destacou ainda que os números divulgados seguem como referência provisória devido à atualização do Sistema de Contas Nacionais, que passa de ano-base 2010 para 2021. A projeção de crescimento para 2024 permanece em 3,4%, embora com ajustes na composição setorial. Agropecuária, Indústria e Serviços tiveram revisões distintas, com destaque para o avanço maior do setor de Serviços.
Com desempenho modesto e influenciado por condições financeiras mais restritivas, a economia brasileira segue em ritmo lento, embora sem perder totalmente a capacidade de expansão.
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