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Pessoas encontradas em barco à deriva no Pará podem ter morrido de fome e sede

Investigações estão sendo realizadas pela PF; a origem exata da embarcação ainda não foi confirmada

17/04/2024 às 10h22
Por: Redação
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Divulgação/ Polícia Federal
Divulgação/ Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) está investigando a possibilidade de que 25 pessoas estivessem a bordo da embarcação encontrada à deriva na cidade de Bragança, no litoral do Pará, no fim de semana. As primeiras informações indicam que o grupo era composto por imigrantes africanos, oriundos de países como Mauritânia e Mali, e que podem ter morrido de fome e sede durante o trajeto no Oceano Atlântico. A origem exata da embarcação ainda não foi confirmada.

Além disso, a PF está empenhada em descobrir o paradeiro dos outros 16 corpos, uma vez que apenas nove foram encontrados na embarcação localizada no Brasil. Durante as buscas, os agentes da PF também encontraram 25 capas de chuva a bordo, sendo 23 verdes e duas amarelas.

O superintendente Regional da Polícia Federal, José Roberto Peres, explicou que a embarcação pode ter percorrido quase 5 mil quilômetros. Documentos encontrados pela PF indicam que o barco estava na Mauritânia, na África, em 17 de janeiro deste ano.

"A distância estimada do local onde eles perderam o rumo até o Brasil é de 4.800 km. É um percurso muito longo", afirmou Peres.

O barco foi encontrado sem motor ou sistemas de propulsão e direção. Especialistas em oceanografia sugerem que a embarcação pode ter sido movida por correntes marítimas e ventos do Oceano Atlântico, trazendo-a da costa africana para o litoral brasileiro.

O trabalho de perícia deverá durar pelo menos até o final de semana. As investigações preliminares indicam que as mortes podem estar relacionadas ao crime de contrabando ilegal de imigrantes. Técnicas internacionais de perícia, semelhantes às utilizadas pela Polícia Civil em Brumadinho, serão empregadas nas investigações da PF em Belém.

"Ainda não temos a causa da morte, esse trabalho começa agora. Corpos estão vindo para Belém e um trabalho minucioso de perícia começa hoje [terça-feira] e deve se estender até o final de semana", acrescentou o superintendente da PF. "Ali será identificada a causa mortis, que provavelmente foi a falta de alimento e água", concluiu.

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