Com o passar dos anos, a tecnologia foi tornando-se parte essencial do mundo dos negócios e hoje a maioria das empresas precisa dela para oferecer serviços, atender clientes, processar pagamentos, entre outras funções. No entanto, um problema pode se fazer presente em muitas organizações: o uso de sistemas legados.
O termo faz referência à adoção de plataformas desenvolvidas há muito tempo e que são consideradas obsoletas diante das novidades tecnológicas disponíveis atualmente. É comum que, nesses casos, haja problemas como falta de atualizações, dificuldade de manutenção ou reposição, tecnologia descontinuada e falhas de segurança.
Paulo Azevedo, Head de Enterprise Architecture & Cybersecurity da consultoria act digital, explica que os sistemas legados ultrapassados atrapalham o dia a dia do negócio e impedem a sua expansão. “Em um mundo dinâmico, a modernização desses sistemas é crucial e está na pauta da grande maioria dos CIOs [Chief Information Officer, profissional responsável pela parte de tecnologia da informação] de grandes empresas”, afirma.
Azevedo cita o exemplo de um cliente da indústria farmacêutica que passou por um processo de modernização com a act digital. A empresa em questão possuía um sistema legado criado internamente para controle de novos fármacos. Apesar de servir como um banco de dados fundamental, ele estava desatualizado e vinha deixando de ser utilizado.
O foco, então, esteve em corrigir problemas causados pelas instabilidades e pela ausência de melhorias ao longo dos anos. Segundo o executivo, após a modernização, o sistema da empresa tornou-se mais seguro, teve aumento de 40% na resolução de bugs e falhas e ganho de 50% em agilidade.
Estratégias de modernização de sistemas legados
“São cinco as estratégias principais para a modernização de aplicações, comumente chamadas de ‘cinco Rs’: rehost, refactor, rearchitect, rebuild e replace”. Em tradução literal ao português, os termos significam, respectivamente: rehospedar, refatorar, rearquitetar, reconstruir e substituir.
Como explica Azevedo, a estratégia de rehost implica na “descontinuação de infraestrutura própria e obsoleta” e migração das aplicações para um novo ambiente digital. Já quando se fala em refactor, são feitas melhorias pontuais e técnicas.
“A estratégia de rearchitect foca principalmente no uso mais eficiente de recursos de cloud, em melhoria de segurança, maior performance, maior escalabilidade e melhor resiliência. No rebuild, reside a transformação digital, “pois passa a abordar não só aspectos técnicos, mas a melhoria de processos com foco no cliente”, conforme explica o especialista.
Por fim, há a estratégia de replace, utilizada “quando o sistema está muito aquém das necessidades de negócio e a busca por uma solução de mercado ou a construção de uma nova aplicação sem aproveitamento do legado é a solução mais viável economicamente”.
Azevedo considera que muitas empresas ainda enxergam a modernização como um custo. Na visão do executivo, trata-se de um erro: pois o custo real está em manter plataformas obsoletas que levam a organização a correr riscos diariamente e a perder espaço no mercado. Ele ressalta ainda a possibilidade de usar a inteligência artificial (IA) no desenvolvimento de um novo sistema que permita a otimização das atividades do negócio.
Atualmente, a empresa dispõe de diversas práticas e aceleradores que podem otimizar o investimento necessário ao processo de modernização. Azevedo diz: “A inteligência artificial (IA) é um forte aliado neste processo. Sua aplicação no entendimento das funcionalidades e seus impactos por meio de engenharia reversa, e a utilização como acelerador no desenvolvimento do novo sistema, otimizam o esforço necessário para modernização”. O Head conclui: “A IA, ao mesmo tempo, provê maior previsibilidade e assertividade ao processo”.
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