O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), voltou ao Brasil nesta quarta-feira (18) após uma viagem a Israel marcada por momentos de tensão em meio ao conflito no Oriente Médio. Ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Confins, Damião afirmou que não foi alertado pelo Itamaraty sobre os riscos iminentes de uma escalada militar entre Israel e Irã antes de aceitar o convite para a viagem. Segundo ele, a comitiva brasileira chegou ao país sem saber da possibilidade de um confronto armado, contrariando informações divulgadas pelo Ministério das Relações Exteriores.
De acordo com o prefeito, a visita, organizada a partir de um convite do governo israelense, estava planejada há pelo menos um mês e não teve caráter turístico. Damião afirmou ainda que, durante sua permanência em Israel, não recebeu qualquer contato do Itamaraty e criticou a postura do órgão diante da situação. “Nunca recebi uma ligação. Quem me ligou foi a Gleisi Hoffmann, o senador Rodrigo Pacheco e o deputado Carlos Viana. Ao Itamaraty, deixo um conselho: resolvam rapidamente a situação das pessoas que ainda estão lá”, declarou.
A viagem a Israel ganhou contornos dramáticos após o início dos ataques entre os dois países. Damião relatou que, diante do risco de bombardeios, ele e os demais integrantes da comitiva foram obrigados a se abrigar em bunkers sempre que soavam os alarmes. Em uma das ocasiões, segundo contou em suas redes sociais, só conseguiu deixar o abrigo por volta das 3h15 da madrugada, em um clima de tensão constante.
A saída de Israel ocorreu por meio da fronteira com a Jordânia, em uma operação articulada com apoio da Frente Parlamentar Brasil-Israel. O grupo, composto por 12 pessoas, conseguiu cruzar a fronteira em um esforço que Damião classificou como arriscado. O retorno ao Brasil foi concluído com a chegada a Natal, no Rio Grande do Norte, e depois a Belo Horizonte.
O prefeito de BH estava acompanhado da vice-prefeita de Divinópolis, Janete Aparecida, e outros integrantes da comitiva brasileira, que usaram um jato particular cedido pela família do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, por meio do deputado federal Mersinho Lucena.
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