Caminhoneiros que transportam combustíveis entraram em greve na madrugada desta segunda-feira (9) em Minas Gerais, e o movimento já preocupa setores estratégicos do Estado. Dezenas de caminhões-tanque permanecem parados nas imediações da base da Vibra Energia, antiga BR Distribuidora, no Distrito Industrial Paulo Camilo Sul, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os motoristas afirmam que só retomam o trabalho após a abertura de negociações com a empresa.
Segundo o Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), a paralisação tem como foco o descumprimento de duas leis federais. A primeira é a Lei 13.703/2018, que define o piso mínimo do frete, e a segunda é a Lei 10.209/2001, que obriga o pagamento do vale-pedágio antecipadamente e de forma integral. De acordo com o presidente do sindicato, Irani Gomes, essas normas vêm sendo sistematicamente desrespeitadas por distribuidoras como a Vibra.
“O frete tem sido pago, muitas vezes, 10% a 15% abaixo do valor mínimo estipulado em lei. Já o pedágio, que deveria ser antecipado, está sendo pago depois e apenas pela metade do valor real”, denuncia Gomes. A Vibra é uma das principais fornecedoras de combustíveis no Estado, e a paralisação pode impactar o abastecimento de postos e até de aeroportos em curto prazo. “A partir de amanhã, já começa a faltar se o problema não for resolvido”, alerta o dirigente.
Imagens divulgadas pelos próprios caminhoneiros mostram uma longa fila de caminhões-tanque estacionados nas proximidades da Refinaria Gabriel Passos (Regap), evidenciando a adesão ao movimento. A mobilização se dá em um ponto estratégico para a logística de distribuição de combustíveis na região Sudeste.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) acompanha a situação de perto. Em nota, informou que está monitorando os desdobramentos da greve e manterá os revendedores informados por meio de seus canais oficiais de comunicação.
Até o momento, a Vibra Energia não se pronunciou publicamente sobre as reivindicações dos motoristas ou sobre o impacto imediato da paralisação em sua operação. Já os caminhoneiros garantem que o movimento é por tempo indeterminado e só será encerrado quando houver um acordo formal respeitando as leis que, segundo eles, vêm sendo ignoradas.
Caso a paralisação se prolongue, o consumidor pode sentir os efeitos nos próximos dias, com a possível escassez de combustível em postos e elevação nos preços.
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