A partir de novembro, os consumidores brasileiros terão quebra nas contas de luz, com a mudança da bandeira tarifária de vermelha, patamar 2, para amarela. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou nesta sexta-feira (25) que a melhoria nas condições de geração de energia permitiu a redução da tarifa. Com a mudança, a cobrança adicional passará de R$ 7.877 para R$ 1.885 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, representando uma queda significativa para os consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional.
Esse ajuste ocorre após um período crítico de seca em várias regiões, quando o nível dos reservatórios ficou abaixo da média, exigindo a ativação de usinas termelétricas, que possuem um custo mais alto de operação. Com o aumento das chuvas, as condições de geração melhoraram, permitindo à ANEEL reverter a bandeira vermelha, que vinha sendo aplicada em outubro. A bandeira amarela será válida em todo o território nacional e visa informar os consumidores sobre a situação mais favorável, ao menos temporariamente, para a geração de energia.
O diretor-geral da ANEEL, Sandoval Feitosa, destacou o impacto positivo do sistema de bandeiras tarifárias no diálogo com a população. “O sistema de bandeiras se consolidou no Brasil como uma forma democrática do setor elétrico dialogar com a sociedade sobre o consumo eficiente e o custo da energia”, afirmou Feitosa. As bandeiras tarifárias, implantadas em 2015, foram elaboradas para indicar ao consumidor o custo real da geração de energia, em função de fatores como a quantidade de chuva nos reservatórios e a necessidade de acionar fontes de geração alternativas.
A sequência de mudanças nos últimos meses, com bandeira verde de abril de 2022 até julho de 2024, seguida pela amarela em agosto e pela vermelha em setembro e outubro, ilustra a volatilidade do setor diante das condições climáticas. Mesmo com o retorno à bandeira amarela, a ANEEL alerta para a importância do consumo consciente de energia. As projeções climáticas apontam para chuvas abaixo da média nos próximos meses, o que pode exigir a ativação de usinas termelétricas novamente, caso os reservatórios voltem a apresentar níveis baixos.
A orientação ao consumidor é adotar práticas que promovam a eficiência energética e evitem desperdícios, mesmo em períodos de bandeira amarela ou verde. Essa postura contribui para a sustentabilidade do setor e reduz a pressão sobre a necessidade de gerar energia de fontes mais caras, como as termelétricas. Em meio à oscilação das bandeiras tarifárias, o consumo consciente se mantém como ferramenta essencial para a preservação dos recursos naturais e a estabilização das tarifas ao longo do tempo.
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