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Segundo relatório, avião da VOEPASS passou por manutenção após ter dano estrutural

Em março, o avião da Voepass registrou problema hidráulico e contato anormal com a pista que provocou 'dano estrutural', deixando a aeronave 4 meses fora de operação

12/08/2024 às 09h13 Atualizada em 12/08/2024 às 09h16
Por: Redação
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Isaac Fontana/ EPA
Isaac Fontana/ EPA

A aeronave PS-VPB enfrentou diversas paradas para manutenção desde 11 de março deste ano, após um cruzamento rigoroso de dados obtidos em sites oficiais e outras fontes. Isso é o que diz a apuração da produção do Fantástico. 

Nesse dia, o ATR que voava de Recife para Salvador apresentou problemas no sistema hidráulico e teve um "contato anormal" com a pista durante o pouso, resultando em um choque da cauda com o solo e um "dano estrutural", conforme relatado no sistema de manutenção da empresa.

Após o incidente, a aeronave ficou parada em Salvador por 17 dias antes de ser enviada para consertos na oficina da Voepass em Ribeirão Preto, SP. Só voltou a operar comercialmente em 9 de julho, mas enfrentou uma despressurização em voo no mesmo dia, o que a obrigou a retornar para Ribeirão Preto, onde permaneceu mais quatro dias para reparos.

O comandante Ruy Guardiola, especialista em ATR, questiona a liberação da aeronave após um dano estrutural e ressalta a importância da investigação para verificar possíveis fatores contribuintes para o acidente.

Um dia antes do acidente, a jornalista Daniela Arbex relatou problemas com o ar-condicionado a bordo, o que levantou preocupações sobre a qualidade da manutenção. Outro fator a ser investigado é a presença de gelo na rota, já que pilotos enfrentaram formações severas de gelo naquele trecho.

A suspeita de acúmulo de gelo nas asas é considerada uma das principais hipóteses, com referência a um acidente semelhante ocorrido há 30 anos nos Estados Unidos, envolvendo outro ATR, que caiu devido ao gelo não expelido adequadamente pelas asas.

O site Flight Radar mostrou que o ATR manteve uma altitude de 17 mil pés até iniciar uma queda repentina, entrando em "parafuso chato" e resultando na perda de sustentação, conhecida como stall.

Relatos de ex-funcionários da Voepass e da antecessora Passaredo apontam para problemas frequentes na manutenção, especialmente no sistema de ar-condicionado, além de críticas sobre a priorização do lucro em detrimento da segurança. Um ex-comissário mencionou um episódio em que um palito de fósforo foi usado para resolver um problema no sistema antigelo.

As investigações sobre o acidente ainda estão em andamento, e novas informações das caixas-pretas podem alterar as conclusões preliminares. No entanto, as principais hipóteses incluem falhas técnicas relacionadas ao acúmulo de gelo, possíveis problemas estruturais anteriores e a eficácia dos procedimentos adotados pelos pilotos.

O ex-comissário incentiva outros a relatarem suas experiências para evitar futuros incidentes, enquanto Diego Amaro, ex-piloto de ATR, conclui que os pilotos lutaram até o fim para evitar o desastre.

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