A minuta do projeto de lei (PL) contendo o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) deverá ser enviada à Assembleia Legislativa de Minas Gerais somente em 2025. Como informou o diretor-geral da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Marcus Vinícius Meira Lopes, o documento está sendo construído de forma participativa, com representantes dos 34 municípios da RMBH e do Governo do Estado.
O gestor participou de audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização, nesta quinta-feira, 4 de julho, que integra a Prestação de Contas do Governo, no âmbito da Assembleia Fiscaliza. A reunião foi solicitada pelo deputado Cristiano Silveira (PT). Presidente dessa comissão, ele fez diversos questionamentos ao dirigente da Agência RMBH.
Marcus Lopes disse que o PDDI é constituído por três planos envolvendo a Região Metropolitana: de Mobilidade Urbana, de Segurança Hídrica e de Habitação de Interesse Social. Segundo ele, no caso do primeiro, já estão acontecendo reuniões para discutir, entre outras questões, a integração entre os municípios na área do transporte e a elaboração de um modelo de monitoramento do plano.
Ele informou também que o Plano de Segurança Hídrica conta com recursos do acordo de reparação da tragédia de Brumadinho (RMBH). O plano prevê quatro tipos de áreas prioritárias para segurança hídrica: proteção e conservação dos recursos hídricos, abastecimento de água, produção sustentável e prevenção de riscos e adaptação a eventos extremos. Serão gastos com o plano R$ 6,7 bilhões, a maior parte com obras.
O Plano de Habitação de Interesse Social também está em produção, partindo da constatação de que a Região Metropolitana tem hoje um deficit de 113 mil unidades habitacionais e conta com uma população de rua de 15 mil pessoas. Feito de forma participativa assim como os outros dois, esse último conta com a parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e de lideranças comunitárias, que participam de oficinas. A previsão de conclusão é o fim de 2024.
O deputado Cristiano Silveira indagou ao gestor o porquê de haver dois planos com finalidades parecidas, caso do PDDI e do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI) e se não haveria concorrência ou incompatibilidades entre os dois.
Marcus Lopes respondeu que o PDUI é um instrumento de gestão das funções públicas de interesse comum, regulamentado em 2015 pelo Estatuto da Metrópole, posteriormente ao PDDI, criado em 2011. Segundo o gestor, o PDUI é basicamente o PDDI acrescido do macrozoneamento. Segundo ele, não haveria incompatibilidades entre os dois, que atingem de forma igual a população da RMBH, de mais de 5 milhões de habitantes.
As funções públicas de interesse comum contempladas no PDUI seriam: uso do solo metropolitano, habitação, transporte intermunicipal, sistema viário, sistema de saúde, desenvolvimento socioeconômico, gás canalizado, aproveitamento de recursos hídricos, saneamento básico, defesa contra sinistro e defesa civil, preservação e proteção do meio ambiente, cartografia e informações básicas e institucionalidade.
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