Dezesseis trabalhadores foram resgatados de fazendas produtoras de café no Triângulo Mineiro em condições análogas à escravidão. A ação foi resultado de operações realizadas pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) após denúncias de condições degradantes de trabalho.
Segundo a PF, os trabalhadores, aliciados no interior da Bahia, viviam em situação de extrema vulnerabilidade, sem acesso a condições mínimas de segurança, saúde e dignidade. A operação começou no início deste mês, após denúncias apontarem indícios de trabalho escravo na cultura do café.
Uma força-tarefa foi organizada para investigar as denúncias, resultando no resgate dos 16 trabalhadores. Inspeções foram realizadas nas propriedades rurais denunciadas, onde foram identificadas condições insalubres e degradantes. Os responsáveis pelos crimes estão sendo investigados por redução a condição análoga à de escravo e outras infrações trabalhistas.
Nesta sexta-feira, os trabalhadores resgatados receberam aproximadamente R$ 90 mil em verbas salariais e rescisórias. Além disso, terão direito a três parcelas de seguro-desemprego e foram garantidos o retorno aos seus locais de origem. O MPT está negociando indenizações por danos morais individuais em favor dos trabalhadores.
O Brasil resgatou 3.151 trabalhadores em condições análogas à escravidão no ano passado, o maior número desde 2009, quando 3.765 pessoas foram resgatadas. Desde a criação dos grupos de fiscalização móvel, em 1995, mais de 63 mil trabalhadores foram resgatados.
O trabalho no campo lidera o número de resgates, com o cultivo de café apresentando o maior número de trabalhadores libertados, seguido pelo plantio de cana-de-açúcar. Goiás foi o estado com o maior número de resgates no ano passado, com 735 trabalhadores, seguido por Minas Gerais, onde 643 pessoas foram resgatadas.
Reflexões e Medidas
O resgate dos trabalhadores destaca a persistência de condições de trabalho análogas à escravidão no Brasil e a necessidade contínua de fiscalização rigorosa. As operações da PF e do MPT são fundamentais para combater essa prática criminosa e garantir a dignidade e os direitos dos trabalhadores.
As autoridades reforçam a importância de denúncias e da cooperação entre órgãos públicos e a sociedade civil para erradicar o trabalho escravo no país. A conscientização e a educação sobre os direitos trabalhistas também são cruciais para prevenir a exploração laboral e proteger os trabalhadores mais vulneráveis.
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