Justiça decreta prisão de mandantes e executores da chacina de crianças em Ribeirão das Neves

Os cinco homens suspeitos de envolvimento na chacina que deixou um homem e duas crianças mortas em uma festa infantil em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, são agora considerados foragidos da Justiça. As prisões preventivas foram ordenadas pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) na última terça-feira, 28 de maio.

A decisão foi proferida por um juiz da 1ª Vara Criminal e do Tribunal do Júri da Comarca de Ribeirão das Neves. Entre os alvos dos mandados de prisão estão os irmãos Flávio Celso da Silva, de 45 anos, conhecido como "Alemão", e Leandro Roberto da Silva, de 43, o "Berola". Os dois são apontados como chefes do tráfico no bairro Morro Alto, em Vespasiano, e acusados de serem os mandantes do crime.

Os outros três mandados foram expedidos contra Marcelo Alves Rodrigues, de 35 anos, conhecido como "Tio Gordo" e "Bola 7"; Agnes Danrlei Santos Nascimento, de 26, o "Biscoito"; e Fabiano Alves Campos, de 39. Este trio seria subordinado aos chefes do tráfico em Vespasiano e teria participado do triplo homicídio.

Segundo um agente ligado à investigação, Berola e Alemão estavam envolvidos em um amplo sistema criminoso de tráfico de cocaína que operava em diversos bairros de Belo Horizonte e região metropolitana, chegando até a fornecer drogas para bairros do Rio de Janeiro.

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) descobriu uma conexão entre os suspeitos e os criminosos da operação "Saxa-Montis", onde traficantes mineiros compraram cocaína do Primeiro Comando da Capital (PCC) em troca de veículos e dinheiro.

Um vídeo circulando nas redes sociais mostrou os suspeitos passando próximo ao local da festa horas antes do crime. Na gravação, um deles comenta que o lugar estava "cheio de meninos". Outro suspeito, ao perceber que se tratava do local da festa, confirmou: "Esse é o local". Eles observavam que a festa estava "cheia de serpentina".

No ataque, morreram Heitor Felipe, de 9 anos, seu pai Felipe Júnior Moreira Lima, de 26 anos, e uma prima, Layza Manuelly de Oliveira, de 11. A família comemorava o aniversário de Heitor no espaço de festas quando ocorreu a tragédia. O menino era atleta de uma escolinha de futebol e sonhava em se tornar jogador profissional.

Outras três convidadas ficaram feridas: uma adolescente de 13 anos, sua mãe de 41, e uma jovem de 19 anos.