A promessa do governador Romeu Zema (Novo) de concluir e colocar em operação seis hospitais regionais até o final de seu mandato está em risco. Recentemente, o governo anunciou que não dará continuidade às obras do hospital de Juiz de Fora devido a falhas na estrutura já construída. Além disso, não há um prazo atualizado para a entrega das unidades de saúde em Conselheiro Lafaiete, Sete Lagoas, Divinópolis, Governador Valadares e Teófilo Otoni.
O governo divulga o status das obras, o investimento previsto e a população a ser beneficiada, mas não fornece um prazo de conclusão. Em Conselheiro Lafaiete, por exemplo, menos de 50% das intervenções estão concluídas.
A entrega desses hospitais foi um compromisso firmado por Zema durante sua campanha eleitoral em 2022, com a expectativa de beneficiar até 6,7 milhões de pessoas. As obras, que foram paralisadas entre 2012 e 2017, devem custar R$ 985 milhões, com parte dos recursos provenientes do acordo de reparação pela tragédia em Brumadinho. No entanto, a falta de previsões atualizadas pode indicar que o governo não conseguirá cumprir o prazo de conclusão até o fim de 2026.
O caso do hospital de Juiz de Fora é o mais grave, com a obra paralisada desde 2017 e já consumindo cerca de R$ 150 milhões. O governo aponta problemas estruturais graves.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contesta as informações. “Tínhamos um estudo de 170 páginas que concluiu pela plena possibilidade de retomada das obras. Mas fomos surpreendidos com essa decisão do Estado”, afirma o coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde da Macrorregião Sanitária Centro-Sul e Sudeste, Rodrigo de Barros. Segundo ele, o MPMG vai periciar o laudo apresentado pelo Executivo a fim de confirmar se há, de fato, fatores que impedem a continuidade da construção prometida por Zema.
Em Conselheiro Lafaiete, a previsão inicial era de entrega no segundo semestre de 2025, mas a falta de informações levou a Câmara Municipal a solicitar esclarecimentos. Situações semelhantes ocorrem em outras cidades, com prazos de conclusão incertos e exigindo grandes esforços para serem cumpridos.
A deputada estadual Lohanna França (PV) diz que há uma “insegurança grande quanto às datas”. O governo não confirmou se mantém a previsão de conclusão em Divinópolis para o fim de 2025, como anunciado no ano passado. “Concluir em 18 meses não é impossível, mas exigiria uma força-tarefa que a gente não vê. Terminar o hospital envolve equipá-lo, processo demorado e caro”, diz. Na última semana, foi anunciada parceria entre os governos federal e estadual para transformar o regional de Divinópolis em hospital-escola 100% SUS. Após conclusão, ele será doado à Universidade Federal de São João del-Rei.
O governo de Minas afirmou que, desde 2022, retomou os projetos de seis hospitais regionais, prometendo abrir cerca de 1.400 novos leitos e beneficiar 6,7 milhões de pessoas. O investimento é de aproximadamente R$ 985 milhões.
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