
O cantor e compositor Lô Borges, um dos nomes mais importantes da Música Popular Brasileira e cofundador do movimento Clube da Esquina, morreu aos 73 anos na noite deste domingo (2), em Belo Horizonte. O artista estava internado no Hospital Unimed desde o dia 18 de outubro, onde tratava um quadro de intoxicação medicamentosa.
Salomão Borges Filho, conhecido artisticamente como Lô Borges, nasceu na capital mineira em 10 de janeiro de 1952. Desde jovem, destacou-se pela sensibilidade musical e por sua capacidade de fundir estilos diversos, o que o levou a se tornar um dos pilares do Clube da Esquina — movimento criado no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, que marcou profundamente a história da música brasileira.
Ao lado de Milton Nascimento, Beto Guedes e outros artistas mineiros, Lô foi responsável por transformar a esquina das ruas Divinópolis e Paraisópolis em um símbolo de inovação sonora. O álbum Clube da Esquina, lançado em 1972, quando ele tinha apenas 20 anos, é considerado um dos maiores discos da MPB. Entre as faixas mais emblemáticas estão “O Trem Azul”, “Paisagem da Janela” e “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”.
No mesmo ano, o músico lançou seu primeiro álbum solo, conhecido como Disco do Tênis, que consolidou seu estilo experimental e psicodélico. Ao longo da carreira, lançou mais de 14 discos e teve composições gravadas por grandes nomes como Elis Regina, Tom Jobim, Skank e 14 Bis. Seu trabalho mais recente, Céu de Giz, foi lançado em parceria com Zeca Baleiro em agosto de 2025.
Em 2023, Lô Borges foi indicado ao Grammy Latino na categoria “Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa”, com o disco Não Me Espere na Estação, criado em parceria com o letrista mineiro César Maurício.
Com uma trajetória marcada por simplicidade e talento, o artista manteve até os últimos anos uma base sólida de admiradores. No Spotify, suas músicas somam cerca de 500 mil ouvintes mensais, com destaque para os clássicos que marcaram gerações.
Lô Borges deixa um filho, Luca Borges, de 27 anos, além dos irmãos Márcio, Telo, Marilton, Nico e Yé Borges — todos também ligados à música — e uma legião de fãs que perpetuam o legado de um dos maiores nomes da MPB.
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