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Cláudio Castro afirmou que governo federal negou envio de blindados ao Rio durante megaoperação

Em meio à ação policial que resultou em mais de 60 mortes e 80 prisões, governador criticou falta de apoio da União, enquanto Ministério da Justiça rebateu as acusações.

29/10/2025 às 12h30 Atualizada em 05/11/2025 às 12h02
Por: Bianca Guimarães
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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou em coletiva à imprensa que o governo federal teria negado o envio de veículos blindados para o estado durante a megaoperação policial realizada nesta terça-feira (28/10) nos Complexos da Penha e do Alemão. A operação, voltada ao combate à facção Comando Vermelho, resultou em mais de 60 mortes e cerca de 80 presos, consolidando-se como a mais letal da história do Rio de Janeiro.

Segundo Castro, o pedido de blindados havia sido feito em três ocasiões anteriores, sem resposta positiva por parte da União. “Não foi pedido (apoio) desta vez porque já tivemos três negativas. Então já entendemos que esta é uma política de não ceder”, afirmou o governador, acusando o governo federal de não fornecer respostas concretas aos pleitos do estado. Ele também questionou a aplicação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), mecanismo previsto na Constituição que permite a atuação das Forças Armadas em situações excepcionais de segurança pública.

Em fevereiro deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia declarado publicamente que não autorizaria novas GLOs no Rio de Janeiro, citando experiências anteriores de intervenção federal em 2018, quando os gastos superaram R$ 2 bilhões sem resultados significativos na redução da criminalidade. Castro afirmou que a guerra contra o tráfico de drogas no estado estava ultrapassando os limites da capacidade estadual e reforçou que a operação desta terça-feira havia sido planejada durante mais de 60 dias, com dezenas de mandados de prisão e busca e apreensão cumpridos.

Em contrapartida, o Ministério da Justiça e Segurança Pública enviou uma nota ao Portal Impactto rebatendo as declarações do governador. A pasta destacou que tem atendido prontamente todos os pedidos do estado para a atuação da Força Nacional, com 11 solicitações de renovação desde 2023, todas aprovadas. Além disso, informou que, apenas em 2025, a Polícia Federal realizou 178 operações no estado, das quais 24 foram relacionadas a tráfico de drogas e armas, resultando em 210 prisões, 10 toneladas de drogas apreendidas e 190 armas de fogo retiradas de circulação, incluindo 17 fuzis.

O Ministério destacou ainda os esforços de cooperação com o Rio de Janeiro, incluindo a cessão de vagas em presídios federais, a criação de células integradas para localização e captura de foragidos e comitês de inteligência financeira para desarticular organizações criminosas. Entre 2024 e 2025, foram cumpridos 855 mandados de prisão e apreendidas grandes quantidades de armas e drogas, além de veículos recuperados e munições retiradas de circulação.

Os investimentos federais no estado também foram mencionados na nota, incluindo recursos do Fundo Penitenciário Nacional e do Fundo Nacional de Segurança Pública, totalizando centenas de milhões de reais, além de doações de equipamentos como veículos, drones e coletes. O Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou que segue comprometido com a cooperação e integração entre União e estado para o enfrentamento do crime organizado e a preservação da ordem pública no Rio de Janeiro.

Em complemento, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República reforçou, em nota, que o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) mantém atuação contínua no estado desde outubro de 2023, por meio da Força Nacional de Segurança Pública, conforme previsto na Portaria MJSP nº 766, de 12 de dezembro de 2023. A operação segue vigente até 16 de dezembro de 2025, podendo ser renovada.

A Secretaria informou que o MJSP tem atendido a todos os pedidos do governo fluminense para o emprego da Força Nacional e que, desde 2023, foram 11 solicitações de renovação, todas acatadas. No âmbito da Polícia Federal, somente em 2025 foram realizadas 178 operações no estado, 24 delas relacionadas ao tráfico de drogas e armas. No total, foram efetuadas 210 prisões — 60 delas ligadas diretamente ao tráfico — e apreendidas 10 toneladas de drogas e 190 armas de fogo, incluindo 17 fuzis.

Ainda segundo o comunicado, entre 2024 e 2025, a Polícia Federal cumpriu 855 mandados de prisão, além de coordenar operações conjuntas, como a FICCO/RJ e a Redentor, que reforçam o enfrentamento integrado ao crime organizado. A Secretaria também destacou que a Polícia Rodoviária Federal tem atuado desde 2023 no estado, com foco em roubos de cargas e veículos, registrando, até outubro de 2025, mais de 3 mil veículos recuperados, 8.250 pessoas detidas, 72 fuzis apreendidos e mais de 33 toneladas de drogas retiradas de circulação.

A nota acrescenta que o estado do Rio recebeu mais de R$ 99 milhões do Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN) e quase R$ 288 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), além de doações de equipamentos como veículos, drones e coletes. Parte significativa dos valores ainda está disponível para uso.

O comunicado também cita ações conjuntas, como a criação da Célula Integrada de Localização e Captura de Foragidos, voltada à prisão de criminosos de outras regiões que se refugiam em comunidades fluminenses, e do Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (CIFRA), que atua na descapitalização de facções criminosas. O CIFRA já analisou mais de R$ 65 bilhões em movimentações financeiras suspeitas entre 2024 e 2025.

Em fevereiro deste ano, segundo a Secretaria, o governador Cláudio Castro se reuniu com o ministro Ricardo Lewandowski, ocasião em que o governo federal disponibilizou dez vagas em presídios federais para líderes do crime organizado do Rio. “A missão é a cooperação total entre União e o Rio de Janeiro. Estamos empenhados em combater o crime de forma cooperativa e integrada”, afirmou o ministro, de acordo com o comunicado.

O texto conclui reafirmando o compromisso do MJSP com o Estado do Rio de Janeiro e a promoção da segurança pública por meio de apoio integrado, com ações coordenadas para fortalecer o combate ao crime organizado, reduzir a criminalidade e garantir maior sensação de segurança à população.

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