O governo dos Estados Unidos entrou em paralisação nesta quarta-feira (1º) após o Congresso não aprovar um projeto de lei orçamentária que garantisse financiamento federal contínuo. A situação, conhecida como “shutdown”, afeta parcialmente a administração pública, suspendendo serviços não essenciais e colocando milhares de servidores em licença, enquanto trabalhadores de setores críticos podem ter os salários temporariamente suspensos.
O impasse se concentra principalmente em torno de programas de assistência médica prestes a expirar. Líderes democratas condicionam a aprovação do orçamento à extensão desses programas, enquanto os republicanos defendem que saúde e financiamento federal sejam tratados separadamente. O presidente Donald Trump criticou os democratas nas redes sociais, chamando a paralisação de “shutdown democrata” e ameaçando medidas duras, incluindo demissões de servidores e encerramento de programas ligados ao partido opositor.
Tentativas de acordo nas últimas semanas não avançaram. Uma reunião entre lideranças de ambos os partidos e Trump, realizada na segunda-feira (29), não resultou em consenso. Na noite de terça-feira (30), uma proposta de orçamento apresentada ao Senado não alcançou os 60 votos necessários, recebendo apenas 55.
A paralisação impacta diversos setores. Serviços essenciais, como segurança pública, fiscalização de fronteiras e parte do controle aéreo, continuarão operando. No setor de aviação, 11 mil funcionários da Administração Federal de Aviação (FAA) serão enviados para casa, enquanto 13 mil controladores de tráfego aéreo trabalharão sem pagamento imediato. Parques nacionais, museus e pontos turísticos federais, como a Estátua da Liberdade e o National Mall, podem ter visitas suspensas. Por outro lado, aposentadorias, benefícios de invalidez e o serviço postal continuarão sendo pagos normalmente, assim como alguns programas de assistência alimentar enquanto houver recursos disponíveis.
O Pentágono terá mais da metade de seus 742 mil funcionários civis afastados, embora cerca de 2 milhões de militares permaneçam ativos. Contratos previamente assinados seguem válidos, e suprimentos essenciais para a segurança nacional poderão ser solicitados. Além disso, o shutdown pode atrasar a divulgação de dados econômicos e afetar políticas públicas, investidores e serviços para pequenas empresas.
Esta é a 15ª paralisação federal nos Estados Unidos desde 1981. O último “shutdown”, ocorrido entre 2018 e 2019, durou 35 dias, custou cerca de US$ 3 bilhões e foi motivado por disputas sobre a construção de um muro na fronteira com o México.
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