Consórcio HoPE vence leilão e será responsável por novo complexo hospitalar em Belo Horizonte

O Consórcio Saúde HoPE foi o vencedor do leilão realizado nesta sexta-feira (19) para a construção, manutenção e operação do Complexo de Saúde Hospitalar Padre Eustáquio (HoPE), localizado no bairro Gameleira, região Oeste de Belo Horizonte. Com lance de R$ 286 milhões, considerado o menor do certame, o grupo formado pelas empresas Integra Brasil, Oncomed Centro de Prevenção e Tratamento de Doenças Neoplásicas e B2U Participações obteve um deságio de 13%, representando uma economia estimada em R$ 43 milhões por ano para o Estado.

O pregão ocorreu na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e contou com a participação do vice-governador Mateus Simões, do secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, e da presidente da Codemge, Luísa Barreto. Além do consórcio vencedor, também participaram da concorrência a Construcap CCPS Engenharia e Comércio e a OPY Healthcare Gestão de Ativos e Investimentos.

Segundo o governo estadual, o modelo de gestão do HoPE será similar ao do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro. A assistência médica continuará sob responsabilidade da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e da Fundação Ezequiel Dias (Funed), enquanto o consórcio vencedor cuidará de serviços de apoio não assistenciais, como limpeza, alimentação, lavanderia e segurança. O investimento total previsto para o projeto é de R$ 2,4 bilhões.

O complexo terá mais de 500 leitos, incluindo 100 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 13 salas cirúrgicas, mais de 60 consultórios e um laboratório voltado para controle epidemiológico e vigilância sanitária. Estima-se que a nova unidade aumentará em 40% o número de consultas especializadas, ultrapassando 200 mil atendimentos anuais, e em 60% as internações, chegando a 30 mil por ano.

O HoPE também abrigará o novo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MG), vinculado à Funed, com capacidade para até 1,5 milhão de exames laboratoriais e 375 mil análises sanitárias por ano.

O projeto conta com recursos provenientes do acordo de reparação pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, desastre que resultou na morte de 272 pessoas e impactos sociais, econômicos e ambientais significativos. O investimento visa reforçar a infraestrutura de saúde do Estado e ampliar o atendimento especializado à população, totalmente integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS).