A Corregedoria da Polícia Civil indiciou a delegada Ana Paula Lamego Balbino, esposa de Renê da Silva Nogueira Júnior, assassino confesso do gari Laudemir Fernandes, morto em Belo Horizonte no dia 11 de agosto. A delegada já havia sido indiciada anteriormente por porte ilegal de arma de fogo, após emprestar sua pistola particular ao marido, e agora passa a responder também por prevaricação.
De acordo com o Código Penal Brasileiro, prevaricação ocorre quando um servidor público retarda ou deixa de praticar ato de ofício por interesse ou sentimento pessoal. A pena prevista para esse crime é de seis meses a dois anos de detenção, além de multa. O inquérito conduzido pela Corregedoria foi encaminhado ao Ministério Público, que avaliará se oferece denúncia ou se solicita novas diligências.
Além dos indiciamentos, a delegada, atualmente afastada por questões de saúde, responde a procedimento administrativo interno que apura eventual transgressão disciplinar. Esse processo não possui prazo fixo e garante o direito à ampla defesa e ao contraditório. Ao fim da análise, ela poderá receber advertência, multa, suspensão ou até ser demitida.
Em nota, a Polícia Civil destacou o compromisso com a verdade, a justiça e a transparência. Internamente, a situação da delegada é considerada delicada, especialmente diante das provas de que ela tinha conhecimento do uso frequente da arma por parte do marido. A decisão sobre possíveis punições, entretanto, será tomada após a conclusão do processo administrativo.
O advogado da família de Laudemir Fernandes, Tiago Lenoir, afirmou que o andamento da investigação reforça a eficiência da apuração. Segundo ele, o indiciamento da delegada pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e prevaricação evidencia a gravidade dos fatos. Ele destacou ainda que a expectativa é de que o Ministério Público apresente denúncia consistente, capaz de assegurar a responsabilização dos envolvidos e a reparação moral à família da vítima.
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