
No mesmo dia em que sancionou a lei que autoriza a privatização da Copasa, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), promoveu uma mudança no comando da estatal. A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, foi indicada para assumir a presidência da companhia, substituindo Fernando Passalio, que ocupava o cargo desde março deste ano.
A alteração foi confirmada pelo governo estadual nesta terça-feira (23). Em nota, a administração informou que a escolha de Marília Melo está diretamente relacionada à condução do processo de desestatização da empresa, destacando a experiência da secretária na área de saneamento e recursos hídricos. Segundo o Executivo, ela já acompanha o tema de forma transversal desde 2020, o que pesou na decisão.
Fernando Passalio, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, esteve à frente da Copasa durante a fase inicial de preparação para a privatização. De acordo com o governo, sua atuação foi considerada decisiva para os ajustes necessários à viabilização da venda da companhia dentro do contexto de adesão de Minas Gerais ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). Procurado, Passalio não se manifestou até o fechamento desta edição.
Formada em engenharia civil pela Universidade Federal de Minas Gerais, Marília Melo possui mestrado em saneamento, meio ambiente e recursos hídricos e doutorado em recursos hídricos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ao confirmar a nomeação, Zema afirmou ter confiança na capacidade técnica da nova presidente para conduzir a desestatização da Copasa.
Para assumir a estatal, Marília deixa o comando da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, função que exercia desde 2020. Durante sua gestão, o governo destaca avanços como a aceleração do Cadastro Ambiental Rural, o fortalecimento do Programa de Regularização Ambiental e a ampliação da produção de mudas nativas pelo Instituto Estadual de Florestas. Em 2025, porém, a secretaria esteve no centro das atenções após a Polícia Federal deflagrar a Operação Rejeito, que investigou um esquema de mineração ilegal envolvendo servidores da pasta.
À época da operação, Zema descartou a saída de Marília do cargo, afirmando que ela vinha adotando uma postura rigorosa no controle de processos ambientais. A mudança para a Copasa ocorre poucos dias após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli, que determinou a substituição da prisão de investigados na Operação Rejeito por medidas cautelares.
A privatização da Copasa foi aprovada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais na última quarta-feira (17), após uma sessão que durou mais de nove horas. Com a sanção da lei, o governo dá início às etapas formais para a venda da companhia. A expectativa do Executivo é concluir todo o processo até março de 2026, dentro do cronograma previsto para viabilizar a adesão de Minas ao Propag.
Segundo o governo estadual, os recursos obtidos com a privatização deverão ser direcionados ao cumprimento das contrapartidas exigidas pelo programa federal, incluindo investimentos em educação profissionalizante, infraestrutura e segurança pública.
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