A operação Carbono Oculto, deflagrada na última quinta-feira (28), revelou um esquema de lavagem de dinheiro que utilizava pequenas fintechs como “paraísos fiscais” digitais. Segundo as autoridades, criminosos criaram contas e até instituições financeiras fictícias para movimentar grandes quantias de forma ilícita, aproveitando-se da menor exigência regulatória dessas empresas em comparação aos bancos tradicionais.
O levantamento da operação destacou que dados de cidadãos comuns podem ter sido usados sem consentimento. A abertura de contas digitais facilitada por regulamentações e processos simplificados permitiu que criminosos explorassem informações obtidas em vazamentos de dados, combinadas com engenharia social e técnicas cibernéticas, para criar contas-frias e efetuar transações fraudulentas.
Priscila Meyer, fundadora da Eskive, empresa especializada em segurança da informação, alerta que o fator humano continua sendo uma vulnerabilidade. “Mesmo com um sistema bancário seguro, pessoas podem ser induzidas, sob ameaça ou promessa de lucro, a participar involuntariamente de esquemas milionários”, explica. Para Meyer, a educação e a conscientização sobre riscos digitais são essenciais para proteção.
Entre as medidas recomendadas para se proteger, especialistas indicam consultar o Registrato, sistema gratuito do Banco Central, que permite verificar empréstimos, contas e chaves Pix registradas em nome do cidadão. Além disso, manter cuidados com o compartilhamento de dados pessoais em plataformas online e conferir a exposição em sites como “Have I Been Pwned?” ou “DataBreach.com” são passos importantes.
Golpes mais recentes também têm explorado recursos de validação biométrica, simulando chamadas de vídeo para enganar usuários durante a autenticação facial. Por isso, atenção e cautela no uso de tecnologias financeiras são apontadas como formas de reduzir os riscos de envolvimento involuntário em fraudes.
A Receita Federal anunciou que a partir de agora fintechs deverão enviar novamente a e-Financeira, reforçando o monitoramento de transações e o combate a operações suspeitas. A medida deve dificultar a repetição de crimes semelhantes no futuro.
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