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Mortes violentas afetam sobretudo jovens negros no Brasil, aponta Fiocruz

Relatório revela desigualdade racial e cobra políticas públicas de proteção à juventude

26/08/2025 às 15h00
Por: Bianca Guimarães
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Foto: Folha de São Paulo
Foto: Folha de São Paulo

Três em cada quatro jovens que perderam a vida por violência ou acidentes no Brasil entre 2022 e 2023 eram negros. O dado, divulgado nesta segunda-feira (25), faz parte do 1º Informe Epidemiológico sobre a Situação da Saúde da Juventude Brasileira: Violências e Acidentes, elaborado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio da Agenda Jovem e da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV).

O levantamento mostra que, na faixa de 15 a 19 anos, a desigualdade racial é ainda mais evidente: enquanto a taxa de mortes externas entre jovens negros chegou a 161,8 por 100 mil habitantes, entre brancos o índice foi de 78,3 e, entre amarelos, 80,8. Já a população indígena apresentou taxa de 160,7, revelando vulnerabilidade semelhante à dos jovens negros.

Outro recorte que chama atenção é o de gênero. Homens jovens têm oito vezes mais chances de morrer em situações violentas do que mulheres. Entre eles, o grupo de 20 a 24 anos aparece como o mais vulnerável, com 390 mortes por 100 mil habitantes. O local das ocorrências também varia: enquanto 57,6% dos rapazes morrem nas ruas, 34,5% das jovens mulheres perdem a vida dentro de casa.

As mortes por intervenção policial também atingem de forma mais dura a juventude: representam 3% dos óbitos de jovens, contra 1% da população geral. Ao todo, 65% das mortes registradas entre pessoas de 15 a 29 anos no período analisado foram provocadas por violência ou acidentes — um índice muito superior ao da população em geral, onde esse percentual é de apenas 10%.

Para a pesquisadora Bianca Leandro, da EPSJV, os números reforçam o impacto das desigualdades sociais e raciais. “A violência atinge de forma diferente dependendo da idade, gênero, raça e local em que o jovem vive. Isso mostra que as agressões estão diretamente ligadas às condições de vida e trabalho da juventude brasileira”, afirmou.

Já André Sobrinho, coordenador da Agenda Jovem Fiocruz, destacou a necessidade de políticas públicas específicas para proteger essa população. “O direito à vida tem sido uma bandeira dos movimentos juvenis, porque a juventude é quem mais sofre com a violência letal. Não basta mostrar os dados alarmantes, é preciso atacar as causas: como a sociedade enxerga os jovens e a falta de políticas que os protejam.”

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