Rodovias de Minas Gerais podem, em breve, contar com um novo modelo de fiscalização eletrônica: os radares de velocidade média. Diferente dos equipamentos tradicionais, que registram apenas o momento em que o veículo passa por um ponto específico, esse sistema calcula a velocidade do motorista a partir do tempo gasto entre dois pontos monitorados. Assim, não basta reduzir ao se aproximar da câmera, já que o controle considera todo o percurso.
Os testes já estão em andamento na BR-050, no Triângulo Mineiro, sob responsabilidade da concessionária Ecovias Minas-Goiás. Até o momento, os radares não geram multas, mas a expectativa da empresa é que o sistema esteja em funcionamento efetivo já no próximo ano, caso o processo de homologação pelo Inmetro seja concluído. Outros trechos em estudo para a instalação dos equipamentos são a BR-135, a MG-231 e a LMG-754, no Norte de Minas, além da BR-116, entre Minas e Rio de Janeiro.
O Inmetro analisa há mais de um ano o pedido da concessionária para liberar o uso do equipamento no país. De acordo com o coordenador-geral executivo da Diretoria de Metrologia Legal do órgão, Eduardo Ribeiro de Oliveira, a homologação pode ocorrer até o fim do ano, seguida de consulta pública. A etapa seguinte será a avaliação da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), responsável por incluir a tecnologia na regulamentação brasileira.
Em visita a países como Portugal e Itália, representantes do Inmetro e da Ecovias acompanharam de perto a aplicação desse tipo de radar. A experiência internacional mostra reduções de até 50% no número de mortes em trechos monitorados. Para Bruno Araújo Silva, gerente de operações da Ecovias Minas-Goiás, a fiscalização por velocidade média representa uma alternativa necessária para salvar vidas. Segundo ele, mesmo após melhorias estruturais nas rodovias e campanhas educativas, muitos motoristas continuam abusando da velocidade.
Dados da Polícia Rodoviária Federal indicam que o excesso de velocidade segue como uma das principais causas de acidentes no Brasil. Em 2024, foram registradas 6,5 milhões de multas no país por esse motivo, sendo 591 mil em Minas Gerais. “A experiência mostra que, enquanto o motorista reduz a velocidade apenas diante do radar convencional, a fiscalização por média obriga a manter um ritmo seguro ao longo de todo o trajeto”, destacou Bruno.
Ainda não há prazo definido para que o sistema entre em operação. A expectativa, no entanto, é de que, uma vez homologado pelo Inmetro e autorizado pela Senatran, os novos radares sejam progressivamente implantados em rodovias de Minas e de outros estados.
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