Governo federal prepara plano de contingência contra tarifaço dos EUA e aposta no diálogo

O governo brasileiro está elaborando um plano de contingência para minimizar os efeitos da taxa de importação de 50% que poderá ser aplicada pelos Estados Unidos a partir desta sexta-feira (1º/8). A medida foi anunciada pelo presidente Donald Trump e impacta diretamente setores brasileiros exportadores. A expectativa é que o plano seja apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos próximos dias.

Apesar da preparação do plano, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que coordena o comitê de negociações criado por Lula, reafirma a aposta no diálogo para resolver a questão. “Estamos empenhados para que essa situação seja resolvida nos próximos dias. O diálogo está sempre aberto, tanto pelos canais oficiais quanto de forma reservada”, afirmou Alckmin em coletiva nesta segunda-feira (28).

O presidente Lula também reforçou a importância da conversa diplomática. “Espero que os EUA reconheçam a relevância do Brasil e que as divergências sejam resolvidas à mesa de negociação, não de forma abrupta”, declarou. Até o momento, porém, não houve contato direto da Casa Branca com o governo brasileiro, dificultando as tratativas.

Enquanto isso, o governo mantém conversas com interlocutores americanos, como o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. Segundo Alckmin, o diálogo é fundamental para apresentar os interesses do Brasil na negociação.

Para amenizar o impacto do chamado "tarifaço", Lula sancionou o programa Acredita Exportações, que visa reduzir custos e ampliar a competitividade das micro e pequenas empresas (MPEs) no mercado internacional. A iniciativa prevê a devolução imediata de 3% do valor exportado para esses pequenos exportadores e antecipação dos efeitos da reforma tributária, eliminando a cumulatividade que eleva os custos de exportação.

Alckmin destacou que o programa incentiva as pequenas empresas a ampliar sua presença no mercado externo, representando um avanço importante na política de exportações do país. Além disso, a nova legislação aprimora regimes aduaneiros especiais que facilitam a importação de insumos para produção destinada à exportação.