O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta segunda-feira (21/7) que o Brasil ainda não está envolvido em uma guerra tarifária com os Estados Unidos, mas que ela pode se iniciar caso o governo norte-americano mantenha a decisão de sobretaxar em 50% os produtos brasileiros importados a partir de 1º de agosto. A medida foi anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, por meio de uma carta enviada a Lula no início de julho.
“Guerra tarifária vai começar na hora que eu der a resposta ao Trump, se ele não mudar de opinião. As condições que ele impôs não foram adequadas. Ninguém pode ameaçar um país com uma decisão judicial”, afirmou Lula a jornalistas em Santiago, no Chile. Ele ainda defendeu a independência do Judiciário brasileiro diante de pressões externas: “O cidadão que ele defende está sendo julgado por um crime que está nos autos, dito por eles mesmos”.
Lula disse estar tranquilo em relação à situação e ressaltou que conta com o trabalho conjunto do Ministério das Relações Exteriores, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do empresariado para lidar com a crise. “Antes dos governos tentarem resolver, os empresários brasileiros precisam conversar com seus contrapartes nos EUA. Quem vai sofrer com isso são os próprios empresários”, destacou.
Desde o anúncio da tarifa, o Brasil cogita aplicar a Lei da Reciprocidade, que permite retaliações comerciais, mas o governo sinaliza que aposta no diálogo com o setor produtivo e autoridades americanas. Lula reforçou que o Brasil já apresentou proposta de negociação e que não aceitará “chantagens inaceitáveis” nem “informações falsas sobre o comércio bilateral”.
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