A Polícia Federal concluiu que o pen drive encontrado no banheiro da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não tem relevância para as investigações em curso. O objeto foi apreendido na residência do ex-presidente, localizada em um condomínio no Jardim Botânico, em Brasília, durante uma das ações ligadas ao inquérito que apura possíveis crimes contra o Estado Democrático de Direito, como tentativas de coação ao STF e articulações internacionais para desacreditar o Judiciário brasileiro.
Após análise técnica realizada em laboratório da própria PF, o conteúdo do dispositivo foi considerado sem relação com os fatos investigados. Inicialmente tratado como possível evidência sensível, o pen drive acabou sendo descartado como peça útil ao inquérito. Já o celular de Bolsonaro, apreendido na mesma operação, segue em análise, e a perícia pode demorar devido à complexidade do acesso a dados armazenados em nuvem. Investigadores consideram que o aparelho pode conter informações importantes, especialmente sobre eventuais contatos com autoridades e empresas estrangeiras.
Questionado sobre o pen drive, Bolsonaro afirmou desconhecer o item e sugeriu que poderia pertencer à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. “Uma pessoa pediu para ir ao banheiro, eu apontei onde era, e voltou com um pen drive. Eu nunca abri um pen drive na minha vida, nem tenho laptop”, disse ele a jornalistas, em tom irônico.
Além do pen drive e do celular, a operação resultou na apreensão de US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie, além de uma cópia impressa de uma ação protocolada nos Estados Unidos contra Alexandre de Moraes. O documento foi apresentado pela plataforma Rumble com apoio da Trump Media & Technology Group, empresa ligada ao ex-presidente Donald Trump. Esse material foi anexado ao inquérito como possível evidência de articulação internacional.
Com base nas suspeitas, Moraes determinou uma série de medidas cautelares contra Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de utilizar redes sociais. A investigação segue em andamento e, segundo fontes da PF, a conclusão da perícia no celular poderá ser determinante para os próximos desdobramentos do caso.
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