Após ser alvo de uma nova operação da Polícia Federal em sua residência, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como “suprema humilhação” a ação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que resultou na apreensão de US$ 14 mil, R$ 8 mil em espécie e um pendrive escondido no banheiro.
Em declaração pública, Bolsonaro afirmou que os valores encontrados têm origem lícita, sustentando que sempre guardou dólares em casa e que os recibos bancários comprovariam isso. “Esse dinheiro estará declarado no Imposto de Renda do ano que vem. Está tudo documentado”, disse ele. Questionado sobre o dispositivo de armazenamento localizado pela PF, o ex-presidente alegou desconhecimento. “Não tenho a menor ideia. Essa suspeita é um exagero”, declarou.
Com 70 anos, Bolsonaro ainda ressaltou que esta é a quarta operação de busca e apreensão da qual é alvo, e negou qualquer intenção de deixar o país. As medidas cautelares determinadas por Moraes incluem o uso de tornozeleira eletrônica com monitoramento 24 horas, proibição de uso de redes sociais, recolhimento domiciliar noturno entre 19h e 7h, e impedimento de contato com diplomatas, embaixadores e aliados políticos, incluindo seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro. Além da residência oficial, a PF também cumpriu mandado de busca em um escritório do Partido Liberal.
De acordo com investigadores, há indícios de que o ex-presidente estaria articulando estratégias para dificultar o andamento de um processo que apura tentativa de golpe de Estado. A operação ocorre em meio a especulações de que Bolsonaro poderia solicitar asilo político ao ex-presidente norte-americano Donald Trump, que recentemente divulgou carta em apoio ao aliado brasileiro, pedindo o fim das investigações e alegando perseguição. A defesa de Bolsonaro ainda não se manifestou oficialmente sobre os desdobramentos do caso.
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