A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta sexta-feira (18), mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília. A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu ações na residência de Bolsonaro, localizada no bairro Jardim Botânico, e no gabinete que ele ocupa como presidente de honra do Partido Liberal (PL), no centro da capital federal. Além da busca, Bolsonaro foi alvo de medidas cautelares diversas da prisão, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de acessar redes sociais e o cumprimento de recolhimento domiciliar noturno, entre 19h e 7h. Também está impedido de se aproximar de embaixadas, manter contato com diplomatas estrangeiros e se comunicar com outros réus e investigados no âmbito do STF.
As determinações fazem parte de um inquérito que tramita sob sigilo na Suprema Corte desde o dia 11 de julho. Bolsonaro é réu em uma ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, das quais saiu derrotado. Segundo as investigações, ele teria liderado uma organização criminosa com o objetivo de se manter no poder por vias ilegais. A operação desta sexta integra um conjunto de medidas do STF para apurar a responsabilidade do ex-presidente e de aliados em articulações antidemocráticas, investigadas desde os ataques de 8 de janeiro de 2023.
O episódio repercutiu internacionalmente e foi citado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que manifestou apoio a Bolsonaro. Em uma carta divulgada na quinta-feira (17), Trump chamou a atuação do STF de “sistema injusto” e comparou a situação do brasileiro à que ele próprio enfrenta nos EUA, afirmando tratar-se de uma “caça às bruxas”. A carta também mencionou sanções comerciais impostas ao Brasil, atribuídas a descontentamentos políticos. Apesar da manifestação pública, o governo norte-americano não se pronunciou oficialmente sobre a operação da PF.
Bolsonaro estava em casa no momento da chegada dos agentes e, até o momento, não se pronunciou formalmente sobre a operação ou as novas restrições. O caso segue em tramitação no Supremo, sob relatoria de Moraes, e os desdobramentos podem influenciar diretamente o futuro político do ex-presidente, que já enfrenta múltiplas frentes de investigação na Justiça brasileira.
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