O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), atribuiu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à primeira-dama Janja da Silva e ao Supremo Tribunal Federal (STF) a responsabilidade pela decisão do ex-presidente norte-americano Donald Trump de elevar de 10% para 50% a tarifa sobre produtos importados do Brasil. Pré-candidato à Presidência da República em 2026, Zema usou as redes sociais na noite desta quarta-feira (9) para criticar o governo federal e afirmou que “as empresas e os trabalhadores vão pagar, mais uma vez, a conta do Lula, da Janja e do STF”.
A manifestação do governador ocorreu horas depois do posicionamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que também reagiu à decisão de Trump. Em uma publicação indireta no X (antigo Twitter), Bolsonaro compartilhou um versículo bíblico do livro dos Provérbios, sugerindo críticas à atual gestão, sem mencionar diretamente o impacto econômico da nova tarifa imposta pelos Estados Unidos.
A medida anunciada por Trump reacendeu tensões políticas e diplomáticas. Em carta enviada a Lula para justificar a tarifa, o ex-presidente norte-americano classificou como “desgraça internacional” o julgamento de Bolsonaro no STF por suposta tentativa de golpe de Estado, qualificando o processo como uma “caça às bruxas”. Trump também reafirmou apoio ao ex-presidente brasileiro, que está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral.
Lula, por sua vez, respondeu por meio de nota oficial, reforçando que o processo judicial contra os envolvidos em atos antidemocráticos é de competência do Supremo Tribunal Federal e destacou que a independência entre os poderes deve ser respeitada, sem interferências externas.
A crítica de Zema ocorre em um contexto político em que o governador tenta se consolidar como um nome competitivo para a sucessão presidencial. Para isso, busca dialogar com o eleitorado bolsonarista e herdar parte do capital político do ex-presidente, atualmente fora da disputa eleitoral. Outros governadores do chamado “campo da direita” também figuram como potenciais pré-candidatos, como Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Ratinho Jr. (PR).
Enquanto o cenário internacional se torna mais instável com a reaproximação de Donald Trump da corrida presidencial norte-americana, o impacto da nova tarifa ainda é avaliado por especialistas e pelo setor produtivo brasileiro. A expectativa é que o Brasil adote medidas de reciprocidade, conforme previsto em lei aprovada em abril deste ano, para tentar minimizar os efeitos sobre a economia nacional.
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