Médica de Lagoa Santa e sua mãe ficam presas em Jerusalém e pedem ajuda para voltar ao Brasil

O que era para ser uma viagem sagrada tornou-se um cenário de medo e incerteza para a médica Dra. Sanny, muito conhecida e respeitada em Lagoa Santa e em toda a região. Ao lado da mãe, de 84 anos, ela embarcou para Jerusalém com o objetivo de realizar um sonho antigo: conhecer a Terra Santa. No entanto, a chegada coincidiu com o início de uma nova onda de ataques do Irã contra Israel, mergulhando ambas em uma situação de extremo risco.

As duas mineiras enfrentam dias de tensão e noites de terror, em meio a sirenes, explosões e correria. Hospedadas a poucas quadras do Centro Judaico, em Jerusalém, elas precisam correr a cada alerta para se abrigar em bunkers — uma tarefa especialmente difícil para a mãe da médica, que tem mobilidade reduzida. “Estamos sendo bombardeadas há três noites. Quando os alarmes soam, descemos correndo com outros hóspedes, muitos deles idosos também. É uma tensão absurda”, relatou Sanny.

Antes do início dos ataques, mãe e filha conseguiram visitar o Mar da Galileia e passaram por Nazaré. Estavam com passagem marcada para Belém na sexta-feira (13), justamente quando os bombardeios começaram. O governo local suspendeu todas as atividades turísticas por razões de segurança, e o espaço aéreo foi fechado. Desde então, elas aguardam, sem previsão de retorno ao Brasil, após a companhia aérea israelense cancelar todos os voos.

A situação de Sanny e sua mãe se soma à de uma comitiva de prefeitos brasileiros também retida no país. A médica, no entanto, expressa preocupação com a demora das autoridades brasileiras em garantir o resgate dos demais cidadãos. “Se nossos políticos estão voltando em segurança, e os cidadãos? Os eleitores que pagam impostos?”, questiona, em apelo direto ao governo federal e ao Itamaraty.

Acostumada a cuidar dos outros com dedicação e carinho, Dra. Sanny agora vive o drama de quem precisa ser cuidada. Seu apelo é por ajuda imediata e por visibilidade para um caso que representa tantos outros brasileiros em situação semelhante. Ela e a mãe querem apenas voltar em segurança para casa.