Gripe aviária em Minas não oferece risco à avicultura comercial, afirma diretora do IMA

A diretora-geral do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Luiza Castro, afirmou nesta quarta-feira (28) que o caso de gripe aviária registrado na Região Metropolitana de Belo Horizonte não representa risco para a produção avícola comercial em Minas Gerais. A declaração foi feita durante coletiva de imprensa organizada pelo Governo do Estado, que detalhou as medidas adotadas após a confirmação da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves ornamentais criadas em uma propriedade conservacionista no município de Mateus Leme.

Segundo a diretora, o caso é isolado e ocorreu em uma propriedade que não possui fins comerciais e que serve como rota de passagem para aves migratórias. “É crucial deixar claro que não se trata de uma propriedade de natureza comercial, ou seja, ela não comercializa aves. Isso significa que não há impacto na avicultura comercial”, esclareceu Luiza de Castro. Ela reforçou que a ave infectada, assim como outras do local — dois gansos e um cisne negro silvestre —, não fazem parte da cadeia produtiva destinada ao consumo humano.

Com base nesse diagnóstico, o governo estadual decretou, na terça-feira (27), estado de emergência sanitária animal em todo o território mineiro por 90 dias, como medida preventiva para impedir a disseminação do vírus. Ainda segundo o IMA, o sistema de defesa agropecuária está funcionando de forma eficiente. A notificação rápida do caso permitiu a adoção imediata de medidas previstas no Plano de Contingência da IAAP, como ações de biosseguridade em granjas comerciais, vigilância em propriedades de risco, cadastro e vistoria em criatórios de subsistência, além de ações educativas voltadas à saúde animal.

“A notificação mostra que o sistema de segurança está funcionando. Quando temos um caso desse tipo, temos a certeza de que nosso sistema de segurança está em pleno funcionamento. A partir da notificação, tomamos as medidas para evitar a disseminação do vírus a partir dessa propriedade”, explicou a diretora, ressaltando que o objetivo central é impedir que o vírus atinja aves comerciais.

Como parte das medidas preventivas, cerca de 12 pessoas que trabalham na propriedade onde o caso foi registrado — incluindo funcionários e pessoas que tiveram contato direto com os animais — permanecerão em isolamento por dez dias. Todos estão sendo acompanhados pela prefeitura de Mateus Leme e pela Secretaria de Estado de Saúde, sem apresentar sintomas até o momento.

Este não é o primeiro registro da doença em Minas Gerais. Em 2023, um pato de vida livre foi diagnosticado com a variante H9N2 da Influenza Aviária, considerada de baixa patogenicidade, sem riscos à saúde humana e com sintomas leves nas aves. Já o caso recente, por envolver a variante de alta patogenicidade, exige maior atenção, embora o risco de transmissão para seres humanos seja baixo e geralmente limitado a situações com alta carga viral ou pessoas com imunidade comprometida.

Especialistas reforçam que a gripe aviária não é transmitida por alimentos, desde que estes sejam devidamente cozidos. Dessa forma, o consumo de carne de frango e ovos segue seguro e não há qualquer restrição à comercialização de produtos avícolas em Minas Gerais. A Prefeitura de Mateus Leme também divulgou nota tranquilizando a população e assegurando que todas as medidas de controle sanitário estão sendo rigorosamente aplicadas.

Com a situação sob controle e os protocolos devidamente acionados, o Governo de Minas e o IMA seguem monitorando o cenário com o compromisso de garantir a segurança da produção agropecuária e a saúde da população.