O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está investigando novos casos suspeitos de gripe aviária em granjas comerciais localizadas nos estados de Santa Catarina e Tocantins. A informação foi divulgada por meio de monitoramento do Serviço Veterinário Oficial, que também apura outras três suspeitas da doença em criações de subsistência em Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Sergipe. Um caso investigado anteriormente em Minas Gerais foi descartado. Ao todo, cinco casos permanecem sob investigação.
O avanço da doença preocupa autoridades após a confirmação do primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (Iaap) em uma granja comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul, e um segundo em um zoológico de Sapucaia do Sul, ambos na região metropolitana de Porto Alegre. Desde então, o governo federal tem reforçado ações de vigilância, inclusive com a coleta de amostras em um raio de até 10 quilômetros ao redor da propriedade afetada. Segundo o Mapa, na área mais próxima, 29 das 30 propriedades previstas já foram vistoriadas, enquanto na área de vigilância intermediária foram inspecionadas 238 das 510 propriedades previstas.
No Tocantins, a suspeita surgiu após uma inspeção da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Adapec), que identificou aves com sinais compatíveis com a doença em um frigorífico de frango de corte no município de Aguiarnópolis. Amostras preliminares indicaram a presença do vírus, mas o ministério avalia que há baixa probabilidade de se tratar de um caso de alta patogenicidade. Os exames definitivos estão sendo realizados no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, localizado em Campinas (SP).
Já em Santa Catarina, o governo local ainda não divulgou detalhes sobre o foco investigado, mas a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária já adotou medidas preventivas. No último sábado (17), o estado anunciou restrições ao trânsito interestadual de aves e ovos oriundos de municípios do Rio Grande do Sul onde há risco de contaminação. Entre as cidades com circulação suspensa de produtos estão Cachoeirinha, Canoas, Montenegro, Esteio, Gravataí e São Leopoldo, entre outras. Produtos avícolas de outras localidades gaúchas só poderão entrar em Santa Catarina após passarem por um corredor sanitário especial.
Na granja onde foi detectado o primeiro caso confirmado, o Mapa informou que todas as aves e ovos foram descartados, e o processo de desinfecção das instalações está em curso. O ministério também rastreou completamente os ovos oriundos da propriedade e deu início à destruição desses materiais em três incubatórios.
A Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul não divulgou o nome da granja afetada, mas confirmou que se trata de uma unidade voltada à produção de ovos férteis, com cerca de 17 mil aves. A preocupação com a expansão da gripe aviária se intensifica, e o governo continua mobilizando esforços para conter os focos e preservar a segurança sanitária do setor avícola nacional.
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