O ex-presidente e ex-senador Fernando Collor de Mello foi preso nas primeiras horas desta sexta-feira, 25 de abril, em Alagoas, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A detenção ocorreu por volta das 4h, quando Collor se deslocava para Brasília, onde, segundo sua defesa, pretendia se apresentar de forma voluntária para o cumprimento da ordem judicial. Após a prisão, ele foi encaminhado à Superintendência da Polícia Federal em Maceió, onde permanece custodiado.
A prisão foi motivada pela rejeição de um segundo recurso apresentado pela defesa do ex-presidente, que buscava reverter a condenação a 8 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A sentença foi proferida no âmbito da Ação Penal 1025, que apura um esquema de recebimento de propina no valor de R$ 20 milhões por meio de contratos fraudulentos entre a BR Distribuidora e a empreiteira UTC Engenharia.
De acordo com a decisão de Moraes, Collor teria utilizado seu poder político para influenciar indicações de diretores da estatal, em troca de vantagens indevidas. O esquema teria contado com a participação dos empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, também condenados no processo. A pena inclui, ainda, o pagamento de R$ 20 milhões em danos morais coletivos, de forma solidária entre os envolvidos.
Após o despacho de Moraes, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, convocou uma sessão extraordinária do plenário, realizada de forma virtual, para referendar a decisão, sem que isso impeça o início imediato da execução da pena. O julgamento segue até as 23h59 desta sexta-feira, podendo ser interrompido caso algum ministro peça vista para analisar melhor o caso.
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