Um estudo desenvolvido na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta o hidrogênio verde como alternativa viável e promissora à gasolina no setor automotivo. A pesquisa é assinada pelo engenheiro eletricista Francisco Edvan Bezerra Feitosa, doutor em Ciências e Técnicas Nucleares, que elaborou o projeto de uma usina alimentada por energia solar com capacidade para gerar 1 megawatt elétrico (1 MWe) de hidrogênio limpo.
A proposta da usina fotovoltaica, baseada em uma planta simulada nas imediações da Refinaria Gabriel Passos, da Petrobras, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, sugere que o hidrogênio gerado possa ser utilizado não apenas como combustível direto, mas também para enriquecer os combustíveis convencionais utilizados atualmente nas refinarias brasileiras. Segundo Feitosa, o modelo foi pensado para operar com tecnologias já disponíveis no mercado, como painéis solares e eletrolisadores, o que torna sua aplicação viável a curto e médio prazo.
O hidrogênio verde é produzido por meio da eletrólise, processo que utiliza eletricidade para separar as moléculas de hidrogênio e oxigênio presentes na água. Com uma tensão superior a 1,48 volts, a produção do gás atinge seu pico e a molécula de hidrogênio, por ser extremamente leve, pode ser coletada e armazenada. “A tensão elétrica quebra a energia de ligação da água. Quando a água se separa, a molécula de hidrogênio sobe e pode ser estocada”, detalha Feitosa.
A meta do projeto é que, com o avanço e a popularização da tecnologia, o custo de produção do hidrogênio verde possa cair para cerca de um dólar por quilo, valor próximo ao custo atual da gasolina, o que o tornaria uma alternativa ambientalmente mais limpa e economicamente competitiva.
A pesquisa foi orientada pela professora Antonella Lombardi Costa, do Departamento de Engenharia Nuclear da UFMG, e reforça o potencial do Brasil na transição para fontes de energia mais sustentáveis.
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