Faixa Azul: PBH solicita aval da Senatran para implantar corredor exclusivo para motos

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) está em negociação com a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) para viabilizar a implantação de um corredor exclusivo para motos na capital, conhecido como "Faixa Azul". O modelo já é adotado em cidades como São Paulo e tem como objetivo reorganizar o trânsito e aumentar a segurança de motociclistas, motoristas e pedestres.

Especialistas em tráfego avaliam que a implantação da Faixa Azul é possível em algumas avenidas de BH, desde que as análises técnicas levem em conta as dimensões das vias e a compatibilidade com as faixas exclusivas para ônibus. Segundo o consultor em transporte e trânsito Osias Baptista, a medida pode funcionar bem na capital mineira, mas requer adaptações específicas. “Possivelmente, será viável na Via Expressa, Antônio Carlos, Pedro I e Andradas. Já nas avenidas Cristiano Machado, Pedro II e Amazonas, a implantação seria mais difícil devido às limitações de espaço”, explicou.

Atualmente, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não prevê faixas exclusivas para motocicletas, o que torna necessária uma autorização provisória da Senatran. De acordo com a PBH, os estudos para avaliar a viabilidade técnica da Faixa Azul já estão em andamento, mas ainda não há previsão para a conclusão ou divulgação dos resultados.

Baptista, que também é motociclista, acredita que a Faixa Azul pode ajudar a reduzir os índices de acidentes em BH, mas alerta que o comportamento dos motociclistas também será um fator determinante para o sucesso da medida. “A falta de fiscalização sobre o comportamento dos motociclistas em BH faz com que muitos infrinjam as regras, o que contribui para o alto número de acidentes”, ressaltou.

A discussão sobre a Faixa Azul ganhou força após o aumento dos acidentes envolvendo motocicletas na capital, intensificado pelo crescimento dos serviços de mototáxi. No início do ano, o prefeito em exercício Álvaro Damião (União) já havia sinalizado interesse na medida, que agora volta à pauta como uma tentativa de tornar o trânsito mais seguro para os veículos de duas rodas em Belo Horizonte.