Segundo os dados apresentados no Panorama da Pequena Indústria de abril de 2024, publicado no Portal da Indústria, houve um desempenho mais favorável da atividade para os empresários industriais de pequeno porte no início do ano, melhorando as expectativas. O estudo informou que o Índice de Desempenho das indústrias de pequeno porte apresentou oscilações ao longo do primeiro trimestre do ano. O relatório aponta que na transição de dezembro para janeiro, houve um aumento de 0,4 ponto no índice, seguido por uma queda de 0,4 ponto na passagem de janeiro para fevereiro. Contudo, na passagem de fevereiro para março, o índice subiu 0,7 ponto, impulsionado por março, que registrou 44,6 pontos.
Dados sobre o Índice de Situação Financeira das pequenas indústrias apontam que houve um declínio durante o primeiro trimestre de 2024. Baseado em critérios como margem de lucro operacional, situação financeira e acesso ao crédito, o índice recuou 1,7 ponto na transição do quarto trimestre de 2023 para o primeiro trimestre de 2024, atingindo 40,5 pontos, conforme apontado pelo relatório. De forma específica, o documento mostra que a Indústria Extrativa liderou o declínio, com uma queda de 2,7 pontos, resultando em um índice de 44,4 pontos no trimestre. Em seguida, a Indústria de Transformação registrou um recuo de 2,0 pontos, alcançando 40,1 pontos, enquanto o Índice da Construção apresentou a menor queda, com -0,5 ponto, situando-se em 41,7 pontos.
Sobre os principais problemas que a indústria de pequeno porte enfrentou no primeiro trimestre de 2024, com foco para o setor de transformação e construção, a elevada carga tributária aparece como o principal problema. O documento informa que com 38,7% e 32,0% de citações, respectivamente, essa questão reafirma a percepção dos industriais sobre a complexidade e o ônus do sistema tributário brasileiro. Além da carga tributária, o estudo mostra que a falta ou o alto custo de trabalhador qualificado emergiu como uma preocupação significativa durante o período analisado. O relatório ainda aponta que enquanto na Construção essa questão ocupou o segundo lugar, mencionada por 28,2% dos empresários, representando um aumento de 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, na Indústria de Transformação, ela ficou em terceiro lugar, assinalada por 25,6% dos pequenos empresários, também com um aumento de 1,2 ponto percentual.
José Antônio Valente, diretor da empresa de locação de máquinas e equipamentos Trans Obra, afirmou que é interessante notar como a elevada carga tributária continua sendo um ponto crítico para a indústria de pequeno porte, refletindo uma necessidade urgente de reformas e políticas que possam aliviar esse ônus sobre os empresários. José Antônio continuou dizendo que a preocupação com a falta ou alto custo de trabalhador qualificado ressalta a importância de investimentos em educação e capacitação profissional para impulsionar a competitividade do setor. “Olhando para o futuro, é fundamental que os empresários busquem soluções criativas para enfrentar esses desafios, aproveitando tecnologias emergentes e modelos de negócios inovadores. Nesse sentido, buscar parcerias estratégicas e estudar a exploração de novos mercados, como a locação de máquinas e equipamentos por redução de custos de aquisição e manutenção como o aluguel de martelete, andaimes e betoneiras, por exemplo, podem oferecer alternativas viáveis para impulsionar o crescimento e a resiliência das pequenas indústrias diante das adversidades do ambiente econômico”.
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