Um grave acidente ambiental atingiu o rio Tocantins após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, localizado entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), no último domingo (22). O colapso da estrutura resultou na queda de três caminhões, dois deles carregados com 76 toneladas de ácido sulfúrico e o terceiro com 22 mil litros de defensivos agrícolas. A Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) confirmou que a contaminação do rio pode afetar até 19 municípios da região.
Os motoristas dos veículos estão entre os desaparecidos, com uma morte confirmada até o momento. A vítima identificada é Lorena Rodrigues Ribeiro, de 25 anos. Outra pessoa, Jairo Silva Rodrigues, 36, foi resgatado com vida e encaminhada ao hospital com uma fratura na perna. As buscas por desaparecidos continuam, mas as operações de mergulho foram suspensas devido ao risco de contaminação pela alta toxicidade dos produtos químicos.
A contaminação afeta diretamente 11 cidades no estado de Tocantins, incluindo Aguiarnópolis, Praia Norte e Tocantinópolis, e 8 no Maranhão, como Imperatriz, Estreito e Porto Franco. As autoridades locais emitiram alertas para que a população evite qualquer contacto com a água do rio, incluindo banho e consumo. Em Imperatriz, a suspensão da captação de água do Tocantins causou uma corrida por água mineral e filas em estabelecimentos comerciais, enquanto a prefeitura montou uma força-tarefa para garantir o abastecimento em hospitais e unidades de saúde.
A ANA, em conjunto com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão, iniciou uma coleta de amostras de água em cinco pontos do rio, abrangendo desde a barragem da usina hidrelétrica de Estreito até Imperatriz. A análise inclui parâmetros básicos e complexos, como os efeitos do ácido sulfúrico, um produto altamente corrosivo, e dos defensivos agrícolas derramados. A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) foi acionada para auxiliar na avaliação detalhada da poluição.
Mín. 18° Máx. 24°