Nesta segunda-feira (9), a oposição ao governo Lula está para protocolar no Senado um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), será o responsável por decidir se o processo terá prosseguimento. No entanto, Pacheco já indicou que o documento não deve avançar, o que aumenta a tensão entre o Legislativo e parte da base bolsonarista.
O pedido de impeachment surge como desdobramento das manifestações de 7 de setembro, lideradas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As manifestações, convocadas no último mês, foram motivadas por revelações de que Moraes teria utilizado recursos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fora dos procedimentos tradicionais para embasar decisões contrárias a aliados de Bolsonaro.
Durante o ato principal na Avenida Paulista, Bolsonaro e parlamentares da oposição criticaram duramente o ministro do STF. O ex-presidente acusou Moraes de ultrapassar os limites constitucionais, mencionando especificamente a suspensão da rede social X (antiga Twitter) no Brasil e ações no inquérito das milícias digitais. "O Senado Federal precisa pôr um freio em Alexandre de Moraes, que está fazendo mais mal ao Brasil do que o próprio Lula", afirmou Bolsonaro em seu discurso.
No evento, parlamentares da oposição aproveitaram a oportunidade para recolher assinaturas em apoio ao pedido de impeachment, que será apresentado como uma iniciativa popular. A coleta de assinaturas é vista como uma forma de evitar um "conflito moral", já que os próprios senadores seriam responsáveis pelo julgamento do processo, caso ele fosse instaurado.
Apesar da pressão crescente, Pacheco demonstrou resistência à pauta. No último mês, ele criticou as tentativas de limitação dos poderes do Supremo e afirmou que alguns parlamentares se calaram sobre essa questão em momentos oportunos. A fala de Pacheco, durante uma agenda em Belo Horizonte, ressaltou que essas iniciativas parecem mais focadas em agradar a redes sociais do que em resolver questões institucionais.
Enquanto a oposição organiza novas estratégias, como a obstrução de votações no Congresso, a relação entre os Poderes parece seguir um curso de alinhamento. Durante o desfile de 7 de setembro, Moraes, Pacheco, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estiveram juntos na tribuna de honra, em Brasília, demonstrando apoio público entre o Judiciário e o Executivo.
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