O Ministério da Saúde confirmou nesta semana a escassez de sete vacinas essenciais em Minas Gerais, citando atrasos na distribuição e desabastecimento como as principais causas. A declaração veio em resposta à denúncia feita pela Associação Mineira de Municípios (AMM), que alertou para a falta de imunizantes como a tríplice viral, hepatite A, febre amarela, varicela, raiva em cultura celular/vero, meningocócica conjugada grupo C e meningocócica conjugada ACWY.
A crise na distribuição de vacinas foi amplamente destacada pelo presidente da AMM, Marcus Vinicius, prefeito de Coronel Fabriciano, que comparou o atual calendário de vacinação a um "queijo suíço" devido às lacunas deixadas pela ausência dos imunizantes. Ele alertou para o risco de surtos de doenças como o sarampo, que podem comprometer três décadas de esforços em imunização.
A situação é especialmente crítica para a vacina contra varicela, cujo reabastecimento completo está previsto apenas para o primeiro semestre de 2025. Em relação à tríplice viral e à vacina contra febre amarela, o Ministério da Saúde espera normalizar os estoques até dezembro de 2024.
O Ministério também explicou que o desabastecimento da vacina meningocócica conjugada grupo C (Meningo C) deve-se a problemas com o fornecedor, a Fundação Ezequiel Dias (Funed), e que uma aquisição emergencial de vacina contra a febre amarela está em andamento, com previsão de normalização até o final do ano.
O infectologista Leandro Curi enfatizou a importância de manter o cartão de vacinação atualizado, alertando que a vacinação é vital para a proteção individual e coletiva. "É fundamental que o cidadão vá se vacinar, porque a vacinação previne a doença para si e a transmissão para o outro", reforçou.
Com os estoques baixos, o Ministério da Saúde recomendou que, assim que os estoques forem reabastecidos, haja um esforço para vacinar aqueles que não completaram seu esquema vacinal. A situação atual expõe os desafios logísticos e produtivos enfrentados pelo Programa Nacional de Imunizações, um dos maiores do mundo.
Enquanto aguarda a regularização das vacinas, a população mineira enfrenta a incerteza e o receio de um possível retrocesso nos índices de imunização, o que pode gerar consequências graves para a saúde pública no estado.
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