Na manhã desta quarta-feira, 28 de agosto, a Polícia Federal (PF) de Campinas (SP) deflagrou uma operação contra uma quadrilha que movimentou R$ 7,5 bilhões em crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações, o grupo criou dois bancos digitais sem autorização do Banco Central (Bacen) para viabilizar fraudes financeiras.
A operação envolve o cumprimento de dez mandados de prisão preventiva, sete de prisão temporária e 60 de busca e apreensão, expedidos pela 9ª Vara Federal de Campinas. Os alvos estão distribuídos em 15 cidades nos estados de São Paulo e Minas Gerais. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 850 milhões em contas vinculadas à organização criminosa. Os municípios onde as operações estão sendo realizadas incluem:
Campinas;
Americana;
Valinhos;
Paulínia;
Jundiaí;
Sorocaba;
Votorantim;
Embu-Guaçu;
Santana do Parnaíba;
Osasco;
São Caetano do Sul;
São Paulo;
Barueri;
Ilha Bela;
Belo Horizonte (MG).
Além das prisões e apreensões, a Justiça determinou a suspensão das atividades de 194 empresas utilizadas pela quadrilha para mascarar as transações ilegais, e cancelou duas inscrições na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) — uma em Campinas e outra em Sorocaba —, além de quatro registros de contadores (dois em Campinas, um em São Paulo e um em Osasco).
Todo o material apreendido, incluindo malotes de dinheiro, foi encaminhado para a sede da Polícia Federal em Campinas. A operação mobilizou 200 policiais federais. Entre os alvos de busca e apreensão estão as sedes dos bancos digitais irregulares e instituições administradoras de cartões de crédito. A Receita Federal também aplicou sanções fiscais às pessoas jurídicas envolvidas.
De acordo com a Polícia Federal, os bancos digitais, conhecidos como "fintechs", operavam dentro de instituições financeiras de grande porte e ofereciam, pela internet, contas clandestinas que permitiam transações no sistema bancário oficial.
Essas transações eram usadas por facções criminosas e empresas com dívidas trabalhistas e tributárias. A movimentação bilionária possibilitava um "padrão de vida luxuoso" para os envolvidos, segundo a PF.
Os investigados responderão por gestão fraudulenta de instituições financeiras, operação de instituição financeira não autorizada, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa.
A operação foi batizada de "Concierge", uma palavra francesa que se refere ao profissional que atende necessidades específicas de clientes, fazendo alusão à oferta de serviços clandestinos para ocultação de capitais.
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