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UFMG anula prova de concurso para professor negro que só aprovou candidatos brancos

Etapa de apresentação de seminários, em que candidatos negros tinham sido eliminados, será realizada novamente, em data posterior

11/07/2024 às 08h58 Atualizada em 11/07/2024 às 08h59
Por: Redação
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Foto: Foca Lisboa/UFMG/Divulgação
Foto: Foca Lisboa/UFMG/Divulgação

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tomou a decisão de anular a prova do concurso do Departamento de Fisiologia e Biofísica, destinado a professores negros, depois que apenas candidatos brancos foram aprovados. A avaliação será realizada novamente.

Em comunicado enviado aos candidatos, o diretor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, professor Ricardo Gonçalves, informou que a Câmara do Departamento de Fisiologia e Biofísica anulou a prova de apresentação de seminários devido ao descumprimento de certos itens do edital relacionados à realização da etapa por videoconferência.

"Com o compromisso de que o processo seja conduzido dentro das normas estabelecidas pelo edital, vamos realizar a prova de seminários em uma nova data. Os candidatos, que realizaram a prova de apresentação de seminários, serão convocados com até 30 dias de antecedência para o comparecimento no local estabelecido para a realização da prova", afirma o documento.

O concurso visa preencher uma vaga de professor adjunto no Departamento de Fisiologia e Biofísica. O edital, publicado em 20 de setembro de 2023, estipulava que a vaga "será provida, preferencialmente, por candidatos concorrentes às vagas reservadas aos negros". No entanto, nenhum dos candidatos negros foi aprovado pela banca examinadora.

De acordo com a universidade, "com a desclassificação dos inscritos por reserva de vaga nas etapas de prova, seguindo estritamente os parâmetros constantes no referido edital, a vaga remanescente foi revertida para a ampla concorrência".

A denúncia sobre o resultado do processo seletivo foi feita pela doutora Giselle Santos Magalhães, de 37 anos, que obteve a melhor nota na prova de títulos – 95 em 100. Segundo ela, na avaliação da apresentação de seminário, a banca deu notas baixas para as candidatas negras e pontuações maiores para os candidatos brancos.

Para Giselle, a decisão da UFMG de anular e remarcar a prova representa uma vitória. "A etapa foi conduzida com erros técnicos, como explica a nota da UFMG. Mas ainda é necessário que a UFMG avalie com cautela a manutenção da mesma banca avaliadora. Espero que seja modificada", declarou.

A UFMG ainda não informou se haverá mudanças na composição da banca avaliadora para a nova prova.

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