Uma operação de repressão à corrupção e ao crime organizado no sistema prisional mineiro resultou na prisão de 25 pessoas na manhã desta terça-feira (11/6).
Entre os detidos, estão 14 agentes públicos que atuavam como uma rede criminosa de facilitação da entrada de ilícitos em presídios e penitenciárias de Juiz de Fora, na Zona da Mata.
A ação, que começou nas primeiras horas da manhã e contou com mais de 300 policiais, foi chamada de Tabernus e é uma resposta do Estado à tolerância zero para a prática de atos criminosos e de desvio de conduta entre servidores.
A operação foi coordenada pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) , por meio da Agência Central de Inteligência e do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) , e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado de Juiz de Fora (Gaeco/JF). Policiais militares, civis, penais e rodoviários federais deram suporte às atividades, de forma integrada.
As 25 prisões foram computadas até às 13h desta terça-feira. Entre os 14 agentes públicos detidos, estão dez policiais penais, três servidores administrativos da Sejusp e, ainda, um sargento do Exército Brasileiro.
Há, ainda, outros seis servidores públicos que não tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça, mas foram afastados cautelarmente dos cargos.
“Essa operação enaltece o trabalho dos bons profissionais do sistema prisional mineiro, que são maioria. Demonstra como o Governo de Minas e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública buscam combater, de forma incessante, a corrupção e a criminalidade”, destacou o diretor-geral do Departamento Penitenciário de Minas Gerais, Leonardo Badaró.
Investigações iniciadas na Sejusp
As investigações da prática criminosa foram iniciadas dentro da própria Sejusp, com todo o apoio do Gaeco/JF, há mais de um ano.
Elas apontavam a prática de corrupção ativa e passiva, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro dentro das unidades prisionais, com a articulação de agentes da segurança pública, servidores administrativos das unidades prisionais, traficantes de drogas, presos e pessoas com vínculos familiares e sociais com o grupo.
Os investigados facilitavam a entrada de drogas, equipamentos de comunicação e objetos ilícitos para o Complexo Penitenciário de Juiz de Fora, que eram comercializados por valores muito acima dos praticados pelo mercado.
“Essa operação é um trabalho desenvolvido em parceria, no qual que todos ganham - principalmente a sociedade. Os presos responderão por crimes como tráfico de drogas, corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro”, ressaltou o promotor do Gaeco, Thiago Fernandes de Carvalho.
Mandados em Minas e Rio de Janeiro
Desde as primeiras horas da manhã, foram cumpridos 27 mandados de prisão e 36 mandados de busca e apreensão. Também há mandados de sequestro de veículos e de bloqueios de valores superiores a R$ 13 milhões.
Eles estão sendo cumpridos em oito cidades, nos estados de Minas Gerais (Juiz de Fora, Cataguases e Goianá) e do Rio de Janeiro (capital, São Gonçalo, Angra dos Reis, Mangaratiba e Três Rios).
“A estratégia de repressão à corrupção e ao crime organizado é permanente em nosso estado. As prisões dessa manhã reforçam o nosso compromisso institucional para que qualquer ato de desvio seja reprimido com qualidade investigativa, e que esses agentes sejam responsabilizados - tanto do ponto de vista criminal, quanto administrativo", destacou o diretor-geral da Agência Central de Inteligência, Murillo Ribeiro.
Além dos 300 policiais das forças de segurança pública, há a participação, na operação, de servidores do Gaeco-RJ, Coordenadoria de Inteligência do Ministério Público do Rio de Janeiro, e apoio do Gaeco da cidade mineira de Visconde do Rio Branco.
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