Diante da calamidade que atinge o estado do Rio Grande do Sul, o sistema Anamaco – Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção –, mobiliza uma campanha nacional de arrecadação de recursos e doações em prol das vítimas das enchentes. Essa iniciativa conta com o apoio das Acomacs de todo o Brasil, especialmente as de Porto Alegre, Caxias do Sul, Vale do Rio Pardo e Taquari, que têm relatado a situação crítica em diversos municípios, afetados não apenas pelas enchentes, mas também por desmoronamentos.
O presidente da Anamaco, Cassio Tucunduva, ressalta o papel das Acomacs nesse esforço de solidariedade. “Nossas Acomacs estão colaborando em contato direto com os lojistas, solicitando a eles a generosidade em suas doações, e também que coloquem cartazes com o Pix de doação da Anamaco em cada loja e instruindo as equipes”. O presidente da Anamaco, Cassio Tucunduva, destaca a importância desta união do sistema: “O que está ocorrendo no Rio Grande do Sul realmente está causando uma comoção nacional e até a nível internacional. É algo realmente que não se vê há muito tempo, talvez o maior desastre ambiental que tenha ocorrido no Brasil desde o descobrimento. É algo muito lamentável, comparável a uma guerra em termos de destruição de bens”, reforça. “O impacto foi muito grande, principalmente no lado de vidas e material. Vai demorar um pouco mas o Rio Grande vai retomar o seu caminho e nós vamos chegar lá”, acredita.
Lojas de material de construção também são afetadas
O setor de material de construção também é atingido diretamente, com muitos lojistas de material de construção tendo suas lojas completamente destruídas pelas enchentes. Segundo Vanessa Bizotto, presidente da Acomac Porto Alegre, apenas na região onde está localizada a sede e arredores, 12 lojas relataram estar debaixo d'água. “Essas enchentes forçaram as pessoas a abandonarem suas casas, rotinas e lojas. Muitos funcionários foram afetados, o que significa que essas lojas estão operando com menos pessoal”.
Ela explica que as lojas que conseguiram permanecer abertas estão ajudando seus próprios funcionários com doações. “O impacto na economia será enorme, especialmente porque muitos negócios vivem mês a mês, sem reservas de emergência”, disse.
Centralização do suporte na Acomac
A presidente da Acomac Porto Alegre explicou que as doações estão sendo prioritariamente encaminhadas para os funcionários das lojas que estão embaixo da água, pois muitos familiares de associados e diretores perderam tudo. Ela acredita que quanto mais rápido conseguirem garantir que todos tenham seus salários e suas necessidades básicas atendidas, mais rápido conseguirão ajudar na reconstrução.
Vanessa também está em grupos de arquitetos, engenheiros e outros envolvidos na reconstrução, para garantir o maior número possível de materiais de construção quando as águas baixarem. Ela afirma que a Acomac Porto Alegre possui um local seguro para armazenar esses materiais, pois infelizmente, dentro da parte boa da doação, existem também os oportunistas e atravessadores. “Então, para a gente ajudar mais rapidamente, sem tanta burocracia, abrimos a nossa sede para arrecadar”.
As lojas de construção que estão abertas, também precisarão comprar materiais para manter os seus negócios. “A gente precisa lidar com a escassez dos produtos e conseguir manter os funcionários em dia e fazer girar a economia”, destaca.
Segundo a presidente da Acomac Porto Alegre, a arrecadação em dinheiro vai ser destinada para reconstrução enquanto chegam as doações. “Pois ainda precisamos de alimentos, de roupa confortável e quente, de tênis e chinelos, de produtos de limpeza, de toalhas de banho, colchões, roupas de cama, roupas íntimas, masculina e feminina”, disse.
A Acomac Caxias também é responsável pela região nordeste do estado, incluindo cidades como Bento Gonçalves e Veranópolis, que foram bastante afetadas por deslizamentos. "Realizamos uma mobilização imediata na semana passada e conseguimos resgatar as pessoas, mas o acesso foi bastante comprometido. Por exemplo, Porto Alegre está praticamente isolada devido ao fechamento das estradas, afetando Caxias. Recebemos muitas doações de outros estados e regiões, mas estamos enfrentando dificuldades de distribuição devido aos problemas de acesso", explica o presidente da Acomac Caxias, Marcio Eder Fiori.
Em termos de economia, a região foi impactada principalmente no setor de material de construção, paralisando muitas obras. "Estamos enfrentando dificuldades para receber mercadorias de outras regiões. Isso afeta diretamente nossas vendas, pois muitos produtos estão em trânsito e não chegam até nós", destaca.
Acomac Vale do Rio Pardo e Taquari: situação atual
A Acomac do Vale do Rio Pardo abrange Santa Cruz do Sul, Rio Pardo, Vera Cruz e Vale do Sol. De acordo com o presidente Vagner Thiago Figueredo, "as enchentes estão afetando diretamente a logística dos produtos provenientes de nossos fornecedores e fábricas, uma vez que nossa região está centralizada no estado em um polo logístico onde as rodovias foram muito danificadas”, disse. Ele relata a ocorrência de deslizamentos de terra, causando interrupções nas estradas e resultando em desabastecimento e escassez de produtos.
Como resultado, a economia local que também gira em torno da agricultura familiar deverá ser bastante prejudicada, segundo Figueredo. Ele acredita que deverão verificar o real impacto dos danos nos próximos meses. “A reconstrução das cidades deverá demorar algum tempo e terá impacto direto em nossos negócios", acrescenta.
Figueredo informa que estão recebendo doações de municípios de Santa Catarina, Paraná, Centro do Brasil e Nordeste, e as empresas multinacionais sediadas na região têm facilitado esse processo de doação, com a desobstrução das rodovias. "A região do Vale do Rio Pardo tem um polo logístico muito bom, devido a grandes indústrias e a cidade de Santa Cruz como referência, tem uma estrutura gigantesca”.
Para doar a Anamaco disponibiliza a chave Pix: [email protected] ou QR CODE.
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