
A equipe médica responsável pelo acompanhamento do ex-presidente Jair Bolsonaro informou neste sábado (27) que ele deverá passar por um novo procedimento na próxima segunda-feira (29) como parte do tratamento para conter crises persistentes de soluço. Bolsonaro está internado no Hospital DF Star, na capital federal, desde a última quarta-feira (24).
Segundo os médicos, o ex-presidente apresentou uma crise intensa durante a madrugada, o que motivou a realização de um bloqueio do nervo frênico, estrutura responsável pelo controle do diafragma. O procedimento, realizado no lado direito, teve duração aproximada de uma hora e transcorreu sem intercorrências. A intervenção consiste na aplicação de anestesia local para reduzir os estímulos que provocam o soluço.
De acordo com o cardiologista Brasil Caiado, a estratégia inicial da equipe era ampliar o tratamento medicamentoso, mas a resposta clínica foi considerada insuficiente. Diante disso, optou-se pelo procedimento invasivo de forma escalonada. A previsão é realizar o bloqueio do nervo frênico do lado esquerdo na segunda-feira, avaliando a resposta do organismo entre uma intervenção e outra.
O médico intervencionista Mateus Saldanha explicou que o bloqueio bilateral simultâneo não é indicado, pois pode causar alterações respiratórias. Por isso, a equipe optou por dividir o tratamento em duas etapas. Segundo ele, o soluço tem origem multifatorial, o que exige acompanhamento clínico contínuo.
O cirurgião-geral Cláudio Birolini afirmou que segue mantida a previsão de internação entre cinco e sete dias. Caso o segundo procedimento ocorra conforme o esperado e não haja complicações, a alta hospitalar poderá ser considerada após pelo menos 48 horas de observação.
Bolsonaro foi internado para a realização de uma herniorrafia inguinal bilateral, procedimento feito na quinta-feira (25) para correção de hérnias na região da virilha. A cirurgia durou cerca de três horas e, segundo a equipe médica, ocorreu sem intercorrências. Este foi o oitavo procedimento cirúrgico ao qual o ex-presidente foi submetido desde o atentado sofrido durante a campanha eleitoral de 2018.
De acordo com boletim médico divulgado na sexta-feira (26), Bolsonaro iniciou sessões de fisioterapia e recebeu medicações para controle da dor, prevenção de trombose e ajuste do tratamento para refluxo e soluços. A expectativa é que, após a recuperação hospitalar, ele retorne à custódia da Polícia Federal em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão relacionada à tentativa de golpe de Estado em 2022.
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