22°C 32°C
Belo Horizonte, MG
Publicidade

Após morte de vítima arrastada pelo ex, Justiça avalia agravamento da pena

Com falecimento da vítima após semanas internada, réu deve deixar de responder por tentativa e passar a ser acusado por feminicídio consumado.

26/12/2025 às 10h30
Por: Bianca Guimarães
Compartilhe:
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A morte de Tainara Souza Santos, de 31 anos, registrada na noite desta quarta-feira (24), deve alterar o enquadramento penal do caso em que ela foi atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro na zona norte de São Paulo. O motorista apontado como responsável, Douglas Alves da Silva, atualmente responde por tentativa de feminicídio, mas a acusação tende a ser revista para feminicídio consumado, o que pode elevar significativamente a pena em caso de condenação.

Tainara estava internada desde o dia 29 de novembro, quando sofreu o atropelamento. Ela teve as duas pernas amputadas, passou por cinco cirurgias e permaneceu intubada durante todo o período de internação, em razão da gravidade dos ferimentos. Após 25 dias hospitalizada, não resistiu às complicações clínicas decorrentes do trauma.

Até a confirmação da morte, o réu estava sujeito à aplicação de uma redução de pena prevista no Código Penal para crimes não consumados, que pode variar de um a dois terços. Nesse cenário, a pena máxima estimada seria de cerca de 26 anos e oito meses. Com o óbito da vítima, a punição pode chegar a até 40 anos de prisão, a depender do entendimento da Justiça e da incidência de agravantes.

Caberá agora ao Ministério Público de São Paulo apresentar um aditamento à denúncia, incluindo o atestado de óbito no processo e solicitando a alteração da tipificação penal. A investigação é conduzida pelo delegado Luiz Gonçalves Dias Filho, do 90º Distrito Policial, que apura as circunstâncias e a motivação do crime.

Segundo a apuração policial, Douglas teria se envolvido em uma discussão com um homem que acompanhava Tainara e, movido por ciúmes, teria tentado atingir ambos com o veículo. O acompanhante conseguiu se esquivar do atropelamento, mas sofreu ferimentos ao tentar se proteger. Testemunhas e a defesa da família da vítima afirmam que Douglas e Tainara tiveram um relacionamento breve no passado.

Em depoimento, o motorista negou que o atropelamento tenha sido intencional e afirmou não conhecer Tainara nem o homem que a acompanhava. Disse ainda que não percebeu os alertas de outros condutores de que a vítima estava sendo arrastada e que deixou o local por medo de agressões. Para o advogado criminalista Fernando Castelo Branco, os elementos reunidos na investigação são determinantes para a formação da convicção do Ministério Público quanto à natureza do crime.

Na denúncia apresentada, o promotor Leonardo Sobreira Spina sustenta que o réu utilizou meio que dificultou a defesa das vítimas e agiu por motivo torpe, relacionado a um suposto sentimento de vingança. Esses fatores, se reconhecidos pela Justiça, podem elevar a pena em frações adicionais.

A defesa da família de Tainara lamenta a impossibilidade de ouvir o relato da vítima. Segundo o advogado Fábio Costa, o depoimento dela seria fundamental para esclarecer a dinâmica dos fatos e a relação entre os envolvidos, pontos centrais para o desfecho do processo judicial.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Belo Horizonte, MG
29°
Tempo limpo

Mín. 22° Máx. 32°

30° Sensação
1.54km/h Vento
51% Umidade
54% (0.58mm) Chance de chuva
05h16 Nascer do sol
18h36 Pôr do sol
Sáb 32° 20°
Dom 31° 19°
Seg 31° 20°
Ter 32° 21°
Qua 30° 19°
Atualizado às 11h01
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,54 +0,44%
Euro
R$ 6,52 +0,37%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 513,610,69 -0,50%
Ibovespa
159,993,45 pts -0.29%
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade