
O dia de votação definitiva do projeto que autoriza a privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) foi marcado por forte presença de trabalhadores da empresa na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Desde as primeiras horas, servidores ocuparam as galerias e o entorno do Legislativo estadual em um movimento de pressão sobre os deputados responsáveis pela análise final da proposta.
A mobilização ocorre em meio à paralisação da categoria e reflete a insatisfação dos trabalhadores com o avanço do projeto, que já havia sido aprovado em primeiro turno. Representantes do Sindágua, sindicato que representa os empregados da companhia, afirmam que a manifestação busca sensibilizar parlamentares e a sociedade sobre os impactos da privatização, especialmente em um momento em que serviços públicos de infraestrutura enfrentam questionamentos em outras partes do país.
Durante a sessão, os manifestantes entoaram palavras de ordem contrárias ao governo estadual e aos deputados que apoiam a proposta. A movimentação se estendeu aos corredores e áreas de acesso ao plenário, onde a presença dos trabalhadores foi constante ao longo do dia. O clima, segundo relatos, foi de tensão e expectativa quanto ao resultado da votação.
Entre os funcionários, o sentimento predominante é de incerteza. Empregados com décadas de atuação na empresa relatam preocupação com o futuro profissional e com a falta de informações internas sobre os desdobramentos do processo. Mesmo as garantias incluídas no texto, como a previsão de 18 meses de estabilidade e a possibilidade de realocação em outros órgãos estaduais, são vistas por parte da categoria como insuficientes para assegurar tranquilidade no médio e longo prazo.
O projeto em votação incorpora ajustes negociados durante a tramitação, incluindo dispositivos voltados à proteção dos trabalhadores. Ainda assim, o sindicato manteve a mobilização até o momento da decisão final, reiterando posição contrária à privatização e defendendo a permanência da Copasa sob controle estatal. A proposta estava prevista para ser apreciada de forma conclusiva nesta quarta-feira (17), em uma das sessões mais acompanhadas do atual período legislativo.
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